Com a colaboração de Francy Teixeira
A construção da chapa proporcional do MDB, em composição com quadros oriundos do PSD, tem movimentado intensamente os bastidores da política estadual. A articulação envolve um grupo ligado ao pré-candidato a deputado federal Georgiano Neto, hoje integrado à estratégia eleitoral do MDB, e levanta tanto expectativas de fortalecimento quanto receios internos sobre o equilíbrio de forças para os próximos pleitos.
Nos bastidores, a avaliação é de que o grupo ligado a Georgiano trabalha para formar um bloco robusto, com a possibilidade de lançar até cinco eleitos para a Assembleia Legislativa. Entre os nomes citados estão Júlio César Filho, Simone, Tiago Vasconcelos, Marden Menezes e Toninho de Caridade.
FORÇA POLÍTICA | TEMOR INTERNO
A principal preocupação entre aliados é o crescimento excessivo do grupo de Georgiano dentro da base governista. A leitura é de que a soma de forças familiares e eleitorais pode torná-lo um ator político de grande peso.
O cenário desenhado nos bastidores considera que Georgiano reúne uma base expressiva: o pai senador, a mãe senadora, o próprio deputado federal e a possibilidade de eleger cinco deputados estaduais. Para interlocutores do campo governista, esse conjunto pode abrir caminho para uma candidatura majoritária no futuro.
O temor velado é que, fortalecido, Georgiano possa se viabilizar como candidato a governador, inclusive em um cenário de enfrentamento ao próprio PT, atual partido no comando do Executivo estadual.
CHAPA PROPORCIONAL | DISPUTA POR ESPAÇO
Apesar das especulações, a composição entre MDB e quadros vindos do PSD é vista por defensores da aliança como estratégica para ampliar o tamanho da bancada. O discurso público, no entanto, é de cautela e diálogo.
O deputado estadual Tiago Vasconcelos (MDB), um dos nomes citados na formação da chapa, defendeu a construção coletiva e projetou um desempenho expressivo nas urnas.
“A composição. Eu sempre defendi essa composição entre pré-candidatos que estavam no PSD, ou deputados que foram para o PSD, somados com o MDB. Eu acredito que essa composição, trazendo mais alguns nomes, pode fazer com que o MDB eleja, no próximo pleito — isso também depende do povo votando nesses candidatos — entre 12 e 13 deputados estaduais”, afirmou.
EXPECTATIVA | NÚMEROS EM ABERTO
Questionado sobre quantos eleitos viriam especificamente do grupo ligado ao PSD, Thiago Vasconcellos evitou projeções fechadas e destacou que o cenário ainda está em construção.
“Se serão cinco, seis, quatro ou três oriundos do PSD, eu não tenho como prever. Isso é algo que vai ficar para o próximo ano. Todo mundo vai colocar sua candidatura à disposição e vai dialogar”, explicou.
PROJEÇÃO | OTIMISMO NO MDB
Mesmo diante das disputas internas e dos receios de concentração de poder, Tiago Vasconcelos avaliou o cenário como positivo para o partido.
“No geral, eu acho que a gente tende a eleger de 12 a 13 deputados através dessa chapa do MDB. É algo muito positivo”, concluiu.