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Padre e pastor se abraçam após episódio de intolerância em velório no Piauí: “Queremos viver em paz”

O sacerdote católico relatou que ainda está abalado psicologicamente e garantiu que as igrejas possuem uma boa relação de proximidade

Padre e pastor se abraçam após episódio de intolerância em velório no Piauí | Helder Felipe

Passados sete dias do episódio de intolerância religiosa em um velório no município de Boqueirão do Piauí, o padre Leandro Melo, da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, e o pastor Joaquim Neto, líder da Assembleia de Deus na cidade, aceitaram conceder juntos uma entrevista exclusiva ao MN Notícias, da Meio Norte FM de Campo Maior-PI (95.9). 

Durante a conversa, os dois líderes lamentaram a agressão e destacaram que o gesto isolado não pode representar a fé de uma comunidade inteira. “Não justifica, não tem nosso apoio e nunca terá. Queremos viver em paz, como Jesus ensinou”, disse o pastor. Já o padre reforçou que a mensagem que fica é a do amor cristão: “Nossa missão é levar o amor e nunca transformar diferenças em guerra religiosa”.

O sacerdote católico relatou que ainda está abalado psicologicamente e garantiu que as igrejas possuem uma boa relação de proximidade. Ao final, os dois religiosos se abraçaram.

RELEMBRE O CASO

Um velório realizado na manhã do dia 22 de agosto de 2025, no Povoado Rua 10, em Boqueirão do Piauí, terminou em um episódio de intolerância religiosa. Durante a cerimônia, um homem e uma mulher, que se identificaram como evangélicos, teriam ofendido o padre Leandro Melo e duas ministras da Igreja Católica Apostólica Romana. O falecido era evangélico e o padre havia ido ao local apenas para levar suas condolências à família. 

Padre e pastor durante entrevista | Foto: Helder Felipe

O padre afirma que chegou a ser ameaçado: “Ela (mulher) saiu atrás de mim, dizendo que eu não deveria sair. Que se eu saísse, não chegaria em casa vivo”, disse. Durante a discursão, uma das ministras chegou a ser agredida fisicamente, ao ser atingida nas costas com a Bíblia pela mulher: “A ministra desmaiou. Foi hospitalizada com a pressão alta”, afirmou.

A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, de Boqueirão do Piauí, divulgou uma nota de repúdio, condenando o ato e reforçando que o gesto não condiz com os ensinamentos de Jesus Cristo. Já a Igreja Evangélica Assembleia de Deus do município publicou uma nota de esclarecimento e pedido de desculpas.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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