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Exclusivo Quem foi Donizetti Adalto? A história do polêmico jornalista é contada por seu melhor amigo no PodMeio

Carlos Moraes descreve Donizetti como uma pessoa de personalidade forte, vindo de uma família humilde de Mandaguari, no Paraná.

Saiba mais sobre a vida e a carreira de Donizetti Adalto, jornalista que marcou a televisão piauiense | Reprodução | PodMeio

“Autodidata, apaixonado e incansável”. É assim que Carlos Moraes, que por décadas foi amigo pessoal e companheiro de trabalho do jornalista Donizetti Adalto dos Santos, descreve o polêmico comunicador. Em entrevista ao podcast “PodMeio”, apresentado por Helder Felipe, ele relembra, com emoção e franqueza, a trajetória desse apresentador que marcou a televisão piauiense com seu estilo direto e combativo.

QUEM FOI DONIZETTI ADALTO?

Carlos Moraes descreve Donizetti como uma pessoa de personalidade forte, vindo de uma família humilde de Mandaguari, no Paraná. Segundo o amigo, ele se alfabetizou lendo placas e rótulos nas ruas. Apesar de nunca ter frequentado a escola, escreveu cinco livros e iniciou sua carreira em jornais locais. Na TV Timon, apresentou programas como Jogo Aberto e Comando do Meio Dia, mas foi com o MN 40 Graus, na TV Meio Norte, que veio o sucesso de audiência.

“Era um apaixonado pela comunicação, acordava cedo para ler todos os jornais impressos e planejar suas falas nos programas. Seu compromisso com a informação era visceral — falava sozinho enquanto treinava o que ia dizer ao vivo”, disse Carlos.

COMO FOI A CHEGADA NA TV TIMON?

Donizetti chegou à TV Timon nos primeiros anos da emissora, por indicação de Jota Leite. O empresário Paulo Guimarães buscava jornalistas que tivessem um diferencial, e ao conhecer o trabalho da dupla, os trouxe para o Maranhão. Carlos Moraes conta que inicialmente recusou o convite, pois estava à frente de um jornal na Grande Curitiba, mas depois de alguns meses, decidiu topar o desafio.

COMO ERA PRODUZIR O MN 40 GRAUS?

Carlos Moraes conta que parte do programa era produzido com base na participação popular — via fax, ligações e, principalmente, visitas às comunidades. As matérias eram feitas diretamente nas manifestações, que muitas vezes não tinham cobertura da grande imprensa.

O DIA QUE BALAS DA MÁFIA CALARAM DONIZETTI

No dia 19 de setembro de 1998,  durante campanha para deputado federal, Donizetti Adalto foi espancado e assassinado com sete tiros na Avenida Marechal Castelo Branco, zona norte de Teresina-PI. O fato ganhou grande repercussão e um forte apelo por justiça. Ex-policiais civis e um estudante de direito foram presos e condenados pelo crime. Na época, o ex-vereador Djalma Filho foi apontado pelo Ministério Público como mandante. Em 2022, 24 anos após a morte, Djalma foi levado à Júri Popular e absorvido das acusações pelo Conselho de Sentença.

BORDÕES QUE MARCARAM ÉPOCA

Donizetti Adalto eternizou frases e expressões que se tornaram parte da cultura popular no Piauí. Bordões como “morro e não vejo tudo” e “Cristo está voltando” ficaram famosos em seus programas. Palavras inventadas como “gatunagem”, “tatu society” e “mamismo” viraram marcas registradas de seu estilo irreverente e crítico. Durante campanha para deputado federal, adotou o slogan: “Pau na máfia”.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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