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Criminosos coletavam dados de vítimas na 'Dark Web' para aplicar golpes; prejuízo chega a R$150 mil

Até o momento, seis suspeitos foram presos e 20 mandados judiciais cumpridos, incluindo bloqueio judicial de 16 contas bancárias vinculadas aos investigados.

Delegado Humberto Mácula, responsável pela investigação | Foto: Saymon Lima
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Criminosos cibernéticos que se passavam por familiares causaram prejuízos estimados em quase R$150 mil em golpes aplicados em vários estados brasileiros, atingindo pelo menos cinco vítimas no Piauí. Eles obtinham dados pessoais na Deep Web e na Dark Web, partes da internet que não aparecem em mecanismos de busca comuns, criavam situações de urgência e convenciam as vítimas a transferir dinheiro para contas de laranjas.

Operação Proteus II

A ação foi descoberta pela Polícia Civil do Piauí, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, e resultou na Operação Proteus II, deflagrada nesta terça-feira (19). Até o momento, seis suspeitos foram presos e 20 mandados judiciais cumpridos, incluindo bloqueio judicial de 16 contas bancárias vinculadas aos investigados.

Em entrevista à Rede Meio, o delegado Humberto Mácula, responsável pela investigação, disse que uma das vítimas chegou perder para os criminosos R$ 50 mil reais. “Nós recebemos as denúncias aqui na delegacia de vítimas, uma delas chegou a ter um prejuízo de 50 mil reais, e a partir daí as investigações foram deflagradas. Os nossos policiais, muito competentes, conseguiram chegar a toda a organização criminosa, distinguindo cada função realizada pelos criminosos: enquanto alguns recebiam os valores, outros executavam, ligavam para essas vítimas, e terceiros obtinham esses dados na Deep Web e Dark Web.”

Segundo Mácula, as prisões foram autorizadas rapidamente pelo Ministério Público e pelo Judiciário. "As pessoas presas já confessaram o crime, e a Polícia Civil do estado do país não vai parar, nós vamos até onde o criminoso cibernético está.”

Considerando todas as vítimas identificadas até o momento, o montante total pode chegar a R$ 150 mil. Humberto Mácola ainda informou que outras vítimas já estão entrando em contato com a polícia e que há indícios de que os criminosos atuavam em diferentes estados da federação.

O delegado alertou sobre o cuidado que se deve ter na internet. “Para o usuário da internet, tomar muito cuidado com quem se relaciona nas redes sociais, seja no Instagram ou WhatsApp. Se você receber uma abordagem de alguém que não está na sua lista de contatos, desconfie. Principalmente se pedirem valores, dinheiro, mesmo que seja através de algum gatilho emocional ou emergência, porque está devendo alguém. Entre em contato com esse parente, ouça o chamado, certifique-se de que realmente é ele, e nunca realize essa transferência para terceiros", comentou.

Segundo o delegado, mesmo que a vítima em si não seja o alvo direto, até mesmo informações consideradas simples e que são divulgadas em redes sociais, por exemplo, se tornam cruciais para que os criminosos consigam executar o golpe com sucesso. "O Brasil é um dos países com mais dados vazados no mundo. Milhões de dados de pessoas estão disponíveis na internet. Esses criminosos ficam em casa, nos escritórios do crime, estudando as vítimas. Com esses dados vazados, eles fazem um vínculo de parentes, números telefônicos e informações postadas na internet para cometer o crime", explicou.

PERFIL DOS CRIMINOSOS PRESOS

O delegado Humberto Mácula explicou que os criminosos são jovens, moram na periferia de São Paulo e têm habilidade com o uso da internet. A Polícia Civil do Piauí reforça que denúncias podem ser feitas pelo telefone 190, pela plataforma B.O. Fácil ou pelo site oficial da instituição.

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