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Exclusivo Família contesta causa da morte de menina de 3 anos com sintomas de dengue em Teresina

Os familiares de Ayla contestam a versão apresentada, alegando que os sintomas da criança eram compatíveis com dengue.

Avó de Ayla Bendita. | Foto: TV Meio
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A família da menina Ayla Bendita Monteiro, de 3 anos, contesta a causa da morte registrada pela Fundação Municipal de Saúde (FMS). A criança faleceu no dia 6 de abril, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Satélite, zona Leste de Teresina, após apresentar sintomas de dengue. No entanto, o laudo médico aponta como causa do óbito gastroenterite e sepse (infecção generalizada).

Em nota divulgada no dia 8 de abril, a FMS informou que o caso foi analisado pelo Serviço de Verificação de Óbito de Teresina, que concluiu a causa da morte. Mesmo assim, os familiares de Ayla contestam a versão apresentada, alegando que os sintomas da criança eram compatíveis com dengue. 

Em entrevista ao apresentador Dudu Camargo, do programa Bom Dia, da Rede Meio, a avó da criança relatou que Ayla teve febre alta e brotoejas no pescoço e na região abdominal. Segundo ela, após atendimento médico inicial, a menina chegou a apresentar leve melhora com a medicação prescrita, mas voltou a ter piora após o efeito passar.

Ela (médica) passou a medicação, ela (Ayla) tomou e disse que se ela piorasse poderia voltar ao hospital. Ela deu uma leve melhorada mas quando o efeito da medicação passou, ela voltou a sentir os sintomas com mais agravante. Foi quando a gente procurou o hospital do satélite. [...] Eles só repetiram a medicação, então voltamos para casa.

Com lágrimas nos olhos, a avó ainda explicou que o quadro médico da criança de se agravou após a aplicação da dipirona. “Pela manhã ela tomou a dipirona pelo acesso. Depois dessa bendita dipirona de manhã foi que a Ayla piorou de vez”, afirmou. 

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA:


O advogado da família, que acompanha o caso, também participou da entrevista e explicou os próximos passos.

Estamos apurando os fatos, estamos aguardando o resultado da causa da morte oficial pela FMS. Deram 60 dias. Foi solicitado pelo hospital o prontuário médico, é um direito do paciente, da família fazer a solicitação de toda a documentação médica envolvendo do caso. 

Neste momento ainda não temos a judicialização do caso, não levamos ainda para o judiciário. É um momento de dor da família. São fatos recentes. No momento oportuno, caso seja comprovado que houve negligência, falha médica, que não foi empregado a técnica correta, nós vamos, sim, adotar medidas judiciais para a responsabilização de todos os envolvidos. 

CONFIRA A NOTA DA FMS:

Nota de esclarecimento 

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) esclarece que está investigando a causa da morte de uma criança vitimada por “encefalite viral” e que esteve internada no Hospital de Urgência de Teresina, entre fevereiro e março do corrente ano. 

Os exames preliminares realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (LACEN-PI) mostraram positividade/reatividade para vários vírus distintos, constantes no painel de investigação laboratorial de rotina implementado pelo Serviço  de Vigilância em Saúde da FMS, em 2013. 

Essa situação configura o que denominamos “reações cruzadas” entre os testes baseados na detecção de anticorpos contra vários vírus, provavelmente por hiperativação do sistema imunológico frente a um adoecimento grave. 

Dessa forma, não é possível ainda afirmar que a inflamação do cérebro e, portanto, que a morte da criança tenha sido causada por dengue. 

Todos os exames que podem trazer certeza ao diagnóstico de uma infecção (baseados na técnica RT-PCR, em que se detecta o material genético do vírus) realizados no LACEN mostraram-se negativos. Entretanto, amostras de sangue, de urina e do líquido cefalorraquidiano da criança foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas – laboratório de referência do Ministério da Saúde para diagnóstico de infecções por arbovírus. 

No referido instituto, exames mais aprofundados poderão esclarecer qual a real causa da morte da criança.  O prazo estimado para liberação desses exames é de 60 dias.

Já quanto ao óbito de uma outra criança, em tese, vizinha da que sofreu encefalite, ressalta-se que o caso foi analisado pelo Serviço de Verificação de Óbito de Teresina, concluindo-se, no atestado de óbito emitido pelo médico patologista por gastroenterite e sepse (infecção generalizada) como causas da morte.

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