Em entrevista à MeioNorte, a conselheira tutelar Daniele Fernandes relatou que, no momento do resgate das duas crianças mantidas como reféns pela própria mãe, o adolescente de 17 anos, irmão das vítimas, informou que ela vinha apresentando comportamentos agressivos após iniciar um relacionamento com um homem e fazer uso de entorpecentes.
“O adolescente relatou que, ultimamente, a mãe tem tido comportamentos agressivos sob efeito de entorpecentes, e que tudo começou após ela ter um relacionamento com o rapaz. Aí ela mudou de postura, começou a ficar mais agressiva com os filhos”, afirmou.
Como tudo aconteceu
Os momentos de tensão ocorreram por volta das 10h da manhã desta quarta-feira (17), no bairro Aeroporto, zona Norte de Teresina. A mulher teria tido um surto e manteve seus dois filhos, de 7 e 9 anos, reféns em um quarto. Segundo a conselheira, as crianças possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Havia também uma terceira filha, uma adolescente, que estava com uma tia do lado de fora da residência. Durante a ação, a mulher estava portando duas tesouras.
“Quando chegamos lá, a Polícia Militar já estava tentando articular para que a porta fosse aberta junto com o pai e uma tia, e o Conselho chegou para intermediar. Porém, como é de competência da polícia essa parte, ela acionou o BOPE, que é uma equipe especializada, que foi muito bem articulada e conseguiu arrombar a porta”, disse.
COM QUEM AS CRIANÇAS ESTÃO AGORA?
Ao abrir, as duas crianças saíram em segurança, e o adolescente já estava com o Conselho. Daniele afirmou que o pai das crianças e a tia também acompanhavam a situação, aflitos. As crianças e o adolescente estão agora sob a custódia do pai, que não residia com a família. Ele compareceu ao Conselho Tutelar e se prontificou a assumir a responsabilidade pelos filhos.
“Como diz o estatuto, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar os direitos das crianças e do adolescente. Hoje, os três se encontram com ele, que mora em outra região da cidade. Ele vai, sim, comparecer ao Conselho para que possamos dar andamento, encaminhar e orientar a melhor forma de proceder”, destacou a conselheira.
O caso seguirá em acompanhamento pelo Conselho Tutelar, que irá encaminhar a família para a rede de proteção, garantindo que todos recebam o apoio necessário.