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Fisioterapeuta piauiense é acusada injustamente de roubo no DF e loja é condenada a indenização

O caso ocorreu no dia 1° de dezembro de 2023. Após quase 2 anos, a Justiça do Distrito Federal condenou loja e shopping a pagarem R$ 8 mil por danos morais

Camylla Alvino, será indenizada após abordagem vexatória em loja no DF | Foto: Reprodução
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Uma loja de artigos esportivos e um shopping de Brasília foram condenados pela Justiça Federal do DF a pagarem R$ 8 mil em indenização por danos morais à fisioterapeuta piauiense Camylla Alvino, após a mesma ser abordada de forma vexatória sob suspeita de furto no dia 1° de dezembro de 2023.

O QUE ACONTECEU

Camylla foi surpreendida por uma funcionária da loja acompanhada de dois seguranças, já fora do estabelecimento, após ter provado roupas no provador.

Segundo a sentença, a fisioterapeuta relatou que, após sair da loja e realizar compras em outras lojas, foi abordada por uma funcionária da loja de artigos esportivos, que alegou haver “pendências” relacionadas a lacres rompidos encontrados no provador que ela havia utilizado. Camylla afirmou que a abordagem ocorreu em público, com presença ostensiva de seguranças, gerando constrangimento.

Apesar de ter se oferecido para mostrar sua bolsa, foi convidada a se dirigir até uma sala reservada no shopping, o que recusou. A Polícia Militar foi acionada e, após revista, nada foi encontrado.

INVESTIGAÇÃO 

Na época, a Polícia Civil do Distrito Federal investigou o caso de racismo após a piauiense registrar um Boletim de Ocorrência. A loja envolvida informou na época que a funcionária fez uma abordagem indevida e que foi demitida.

Embora a alegação de racismo tenha sido levantada por Camylla, a juíza entendeu que não houve provas suficientes de discriminação racial no caso. No entanto, reconheceu que a situação configurou abuso por parte dos réus e determinou o pagamento da indenização como forma de reparar o dano e coibir condutas semelhantes.

INDENIZAÇÃO

Na noite desta terça-feira (10), Camylla compartilhou em suas redes sociais a decisão tomada pela Justiça em relação ao seu caso após 2 anos.

Gente, vocês lembram que há um ano e meio eu entrei com um processo contra a loja Centauro e o shopping Iguatemi por um caso de racismo que sofri em ambos os estabelecimentos? Pois é… depois de um longo caminho, de muita dor, coragem e luta, finalmente recebemos a sentença: vou ser indenizada por danos morais. Mais do que isso — fomos ouvidos.

A fisioterapeuta afirma ainda que essa vitória é pessoal, mas também coletiva. “Porque toda vez que alguém se levanta contra o racismo, está abrindo caminho para que outros não passem pelo mesmo”, disse.  

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