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Grupo investigado por agiotagem no Piauí agia como “franquia”, afirma delegado

Segundo as investigações, vítimas que contraíram empréstimos informais com o grupo criminoso sumiram após não conseguirem quitar as dívidas

Delegado fala sobre operação contra agiotagem | Foto: Reprodução/TV Meio Norte e SSP
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A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí (SSP-PI), deflagrou, nesta terça-feira (11), a Operação Macondo, com o objetivo de cumprir medidas judiciais contra indivíduos investigados por integrarem um esquema organizado de concessão irregular de crédito (agiotagem), associado a lavagem de dinheiro e outros crimes.

Em entrevista coletiva concedida na sede da Secretaria de Segurança, o delegado Yan Brayner, informou que os indivíduos cooptados para realizar o esquema de concessão irregular de crédito, funcionavam como uma espécie de franquia.

A investigação também mostrou que, esses indivíduos, eles funcionam como uma espécie de franquia. Uma vez cooptados, o patrão proporciona moradia, transporte e alimentação desse indivíduo em território nacional, e, uma vez substituído, quem substitui aquele tarjetero, que ficava em determinada cidade, passa a usar o mesmo veículo, morar no mesmo local e ter a mesma estrutura do seu antecessor, ou seja, a gente conseguiu mapear a existência de uma verdadeira franquia voltada para agiotagem aqui no Piauí, disse o delegado. 

O delegado disse, também, que o objetivo agora é identificar o remetente do dinheiro oriundo da Colômbia e não descartou que os valores possam estar ligados ao narcotráfico.

A intenção é escalonar a operação para a gente conseguir identificar o principal remetente do dinheiro oriundo da Colômbia para o Brasil. A atuação desse grupo é principalmente no Nordeste, mas eles possuem atuação em quase todos os estados. E sim, é possível que esse dinheiro usado para fazer empréstimos seja oriundo do narcotráfico.

Fotos: Divulgação/SSP

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA

Segundo as investigações, vítimas que contraíram empréstimos informais com o grupo criminoso sumiram após não conseguirem quitar as dívidas. O caso de homicídio está relacionado ao caso do venezuelano Anderson Miguel Dario Mendonza, morto em dezembro de 2023 na cidade de Oeiras.

Ministério Público sustentou que o homicídio foi motivado por disputa no “mercado” de agiotagem na região, envolvendo mandantes de nacionalidade colombiana e executores brasileiros.

Fotos: Divulgação/SSP

O grupo atuava oferecendo créditos rápidos e sem contrato formal a pequenos comerciantes, vendedores ambulantes e trabalhadores autônomos. Em troca, cobrava juros abusivos que ultrapassavam 30% ao mês e exigia pagamentos diários ou semanais, punindo com violência, perseguição e destruição de mercadorias aqueles que atrasavam os repasses.

bloqueio judicial de R$ 5 milhões

A Operação Macondo, parte do Pacto Pela Ordem, foi deflagrada simultaneamente nas cidades de Teresina, Parnaíba, Oeiras, Barras, Picos e Água Branca, e resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão, 18 de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de R$ 5 milhões em contas ligadas aos investigados. Armas de fogo também foram apreendidas pela polícia.

Fotos: Divulgação/SSP

O superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, destacou que a investigação agora se concentra em esclarecer o paradeiro das pessoas desaparecidas e identificar possíveis ramificações internacionais da rede.

“A Operação Macondo representa um passo decisivo no enfrentamento de condutas ilícitas que violam a dignidade humana. Esses desaparecimentos mostram o nível de crueldade com que atuava o grupo. A Segurança Pública está comprometida em localizar as vítimas e responsabilizar todos os envolvidos”, afirmou o delegado.

 

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