O Instituto Lar das Essências vem promovendo uma revolução silenciosa na vida de mulheres em situação de vulnerabilidade ao usar a cosmética natural como ferramenta de inclusão social, geração de renda e resgate da autoestima. Todas as terças-feiras, dezenas de alunas participam gratuitamente de oficinas que as capacitam a produzir sabonetes, hidratantes, velas aromáticas e outros produtos naturais, um caminho que já mudou a trajetória de mais de 100 mulheres de baixa renda.
Oficinas que acolhem e transformam
As aulas acontecem em um ambiente acolhedor, onde mulheres de diferentes histórias, vítimas de violência, mães atípicas, pacientes em tratamento oncológico, pessoas com depressão e outras situações delicadas, encontram apoio e uma chance real de recomeçar. Entre essências, misturas e embalagens, elas conversam, sorriem e descobrem habilidades que nunca imaginaram ter.
O proprietário do Instituto, Jonatan Alexandrino, explica o propósito do projeto.
"Criamos esse instituto para impactar o máximo de pessoas possíveis, dando empoderamento para elas", afirma.
Ele destaca que muitas chegam sem nenhum apoio, mas saem fortalecidas:
"Nós ensinamos e aumentamos a autoestima para que elas consigam empreender e ter sua própria renda."
Histórias de superação que inspiram
Entre as participantes está Maria Inês, de Timon, que enfrenta um câncer de mama e encontrou nas oficinas uma terapia e uma nova esperança de futuro.
"É uma aula maravilhosa. Eu quero aprender tudo: sabonetes, hidratantes, velas… Quero ter uma fonte de renda melhor e isso aqui já é um desenvolvimento pra gente", conta.
Outra aluna, Rizelda Ferreira, também em tratamento oncológico, vê no curso uma oportunidade concreta de retomada:
"Depois que a gente passa por essa doença, fica sem opção de trabalhar. Esse curso gratuito é uma chance de ter uma renda extra pra família. Estou achando maravilhoso."
O instituto também mudou a vida de Conceição Viana, mãe atípica, que conheceu o projeto por meio da APAE.
"Foi um divisor de águas. Nossa vida financeira melhorou e hoje vendemos nas feiras e pelas redes sociais. O produto natural tem uma receptividade enorme", relata.
Metodologia sustentável e voltada à autonomia
Todos os cursos seguem o conceito de cosmética limpa, sem substâncias prejudiciais como parabenos, petrolatos e conservantes sintéticos. A proposta é valorizar a biodiversidade brasileira, ensinar técnicas acessíveis e permitir que qualquer aluna produza em casa, com baixo custo.
As oficinas são mantidas por meio de parcerias com a Fundação Maria Carvalho, Casa de Palha, Rede Feminina de Mulheres e outras instituições que atendem públicos vulneráveis. Muitas das participantes chegam ao instituto sem qualquer experiência ou confiança, e saem habilitadas a empreender.
Uma rede de mulheres que se fortalecem
A cofundadora do projeto, Wanda Alexandrino, reforça que o Instituto nasceu do desejo de devolver ao mundo o apoio que um dia recebeu.
"Eu tive muita dificuldade no início. Depois que consegui, pensei: ‘por que não dar essa oportunidade a outras mulheres?’", explica.
Ela lembra que já recebeu alunas em situação extrema:
"Tem mulheres que pensavam até em tirar a vida. Hoje são empreendedoras, vendem nas praças e têm seu próprio dinheiro. Isso é muito satisfatório."-