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Influenciador é um dos principais alvos de operação contra rachas em Teresina

Influenciador automotivo Herman Prado é apontado como líder de grupo investigado por rachas e manobras perigosas que envolviam veículos de luxo e até menores de idade

Influenciador Herman Prado, alvo de operação em Teresina | Foto: Reprodução/ Redes sociais
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A operação “Need for Speed”, deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) na manhã desta quinta-feira (27), apreendeu pelo menos quatorze veículos de luxo em Teresina e em Timon (MA). Entre os investigados está o influenciador Herman Prado, que se apresentava nas redes sociais como “Empresário e Influenciador Automotivo”.

Com mais de cinquenta mil seguidores no Instagram, Herman publicava vídeos e fotografias exibindo carros de alto valor e divulgando encontros automotivos. Para a Polícia Civil, ele é responsável por impulsionar a prática ao divulgar conteúdos que estimulavam corridas clandestinas.

A ação tem como objetivo coibir rachas, manobras arriscadas e outras condutas ilegais que vinham sendo praticadas nas principais avenidas da capital e da região metropolitana.

 Herman publicava vídeos e fotografias exibindo carros de alto valor e divulgando encontros automotivos (Foto: Reprodução)

Investigação revela estratégia para burlar fiscalização

A investigação durou aproximadamente oito meses e permitiu identificar os modelos utilizados nos eventos ilegais. Os valores dos veículos apreendidos variam de R$ 555 mil a R$ 1,7 milhão, incluindo diferentes modelos de Porsches, um Camaro, carros esportivos de alta performance e caminhonetes de luxo. Um dos automóveis foi localizado dentro de um condomínio de alto padrão na zona Leste da capital.

Delegado Toni Silveira (Foto: Saymon Lima/ Meio News)

As autoridades identificaram vinte e seis pessoas envolvidas, a partir de vídeos, depoimentos e monitoramento de áreas onde a prática se tornou recorrente.

A Avenida Raul Lopes, uma das mais movimentadas de Teresina, é citada como um dos pontos preferidos pelos participantes para disputar velocidade em trechos sem fiscalização eletrônica, o que, segundo a polícia, evidencia o risco que essas ações representam tanto para os condutores quanto para transeuntes.

O delegado Toni Silveira destacou que os envolvidos poderão responder por crimes de trânsito, adulteração de sinal identificador — já que alguns veículos circulavam sem placas para evitar reconhecimento —, perturbação do sossego, associação criminosa e, em determinados casos, corrupção de menores.

“Alguns adolescentes foram adicionados dentro dos carros justamente para exibição de velocidade”, reforçou.

Coronel Pitombeira (Foto: Saymon Lima/ Meio News)

Além disso, as autoridades também reforçaram que o Estado não pretende tolerar esse tipo de comportamento, relembrando ações anteriores, como a Operação Rolezinho

Segundo o coronel Pitombeira, “todos os crimes serão enfrentados, assim como já combatíamos práticas de grau e outras manobras perigosas que colocavam a população em risco. Esses indivíduos exibiam velocidade, divulgavam nas redes sociais e ainda envolviam menores nessas situações.”

 Coronel Ramos (Foto: Saymon Lima/ Meio News)

Sobre as condutas, o coronel Ramos acrescentou que as ultrapassam a esfera do trânsito, pois envolvem um grupo social com alto poder aquisitivo que utiliza vias públicas como pistas particulares. Para ele, a fiscalização possui caráter educativo e precisa provocar reflexão. 

“É necessário que as pessoas se sintam impactadas com as mortes no trânsito. Quando ocorre um homicídio, existe grande comoção. Entretanto, não vemos a mesma percepção diante de vítimas de acidentes provocados por mortes no trânsito”, afirmou.

Ele concluiu afirmando que operações desse tipo têm potencial para inibir novos envolvidos.

 “Vivemos em uma sociedade fragilizada, onde muitos insistem em imitar comportamentos prejudiciais. Essas ações podem evitar que outros decidam seguir o mesmo caminho”.

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