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OS que administra hospital de Parnaíba já havia questionado conduta de auditor da CGU em maio

Instituto Saúde e Cidadania afirma ter pedido à CGU, em maio, a apuração da conduta de auditor por suposta falta de imparcialidade meses antes da operação da Polícia Federal no Piauí.

Segundo o documento, foram concedidos prazos curtos para apresentação de respostas. Entenda e defesas | Foto: Divulgação
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O Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), organização social responsável pela gestão do Hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, apresentou em 26 de maio deste ano uma representação à Controladoria-Geral da União (CGU) pedindo a apuração da conduta do auditor federal de finanças e controle Francisco Hamilton Soares de Carvalho.

O documento apontava possíveis atitudes consideradas incompatíveis com os princípios da imparcialidade, legalidade e finalidade pública. O protocolo ocorreu meses antes da operação deflagrada pela Polícia Federal no Piauí, em 30 de setembro.

Em nota, o ISAC reforçou que a medida teve como objetivo assegurar a transparência e a regularidade das fiscalizações, destacando a importância da imparcialidade no trabalho de controle público.

“Esses reconhecimentos reforçam a seriedade, a competência técnica e o compromisso da ISAC com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade sempre defendeu que a fiscalização pública deve se basear na isenção e em critérios técnicos sólidos, evitando interpretações distorcidas que coloquem em risco a credibilidade de instituições idôneas. Por fim, a ISAC reafirma sua confiança nas instituições de Estado e seu propósito de oferecer gestão qualificada e assistência humanizada à população, com ética, transparência e resultados claros”, afirmou o Instituto.

Entre os pedidos encaminhados à CGU, o ISAC solicitou a substituição do auditor por outro servidor ou equipe técnica independente, a abertura de procedimento administrativo para apurar a conduta do profissional e a garantia do contraditório e da ampla defesa antes da divulgação de relatórios conclusivos.

Questionamentos sobre prazos e tratamento

Na representação, o Instituto reconheceu o papel da CGU no controle do uso de recursos públicos, mas alegou que o auditor teria ultrapassado os limites técnicos e legais da função. Segundo o documento, foram concedidos prazos curtos para apresentação de respostas e defesas, o que teria comprometido o contraditório e afetado a capacidade de resposta da organização.

A ISAC também afirmou que a postura do auditor teria causado prejuízos à imagem institucional e impactos diretos sobre os profissionais ligados à entidade.

Divergências e fundamentos

Como exemplo, o Instituto mencionou as Notas Técnicas nº 306/2020 e nº 1660/2021, elaboradas no Tocantins, que teriam embasado operações policiais com base em análises consideradas descontextualizadas. A entidade destacou que, durante a pandemia, a escassez de insumos e a variação de preços tornaram o cenário mais complexo e que conclusões semelhantes não teriam sido aplicadas a outras instituições com contratos parecidos, o que indicaria tratamento desigual.

Questionamento sobre competência no Piauí

O ISAC também afirmou que os contratos firmados pelo Instituto no Piauí não envolvem repasses de recursos federais, o que, segundo a entidade, limitaria a competência da CGU para atuar nesses casos. Mesmo assim, as solicitações de documentos e informações teriam sido direcionadas principalmente à organização, o que, de acordo com o Instituto, tem gerado impactos negativos à imagem da entidade e dificuldades operacionais.

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