O Piauí vem se destacando como referência nacional em inovação tecnológica. De acordo com o Relatório de Tendências de Gestão de Pessoas 2025, produzido pela Great Place To Work (GPTW), o estado ocupa a segunda posição no país em uso de inteligência artificial (IA) por empresas. O levantamento mostra que 63% das organizações piauienses já utilizam ferramentas de IA, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, que lidera o ranking com 73%.
A pesquisa, realizada entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, contou com a participação de mais de 2 mil empresas brasileiras, sendo oito delas localizadas no Piauí. O estudo também apontou que em estados como Minas Gerais, Santa Catarina e Pará (53%), Rio de Janeiro e Espírito Santo (51%), Paraíba, Rondônia e Tocantins (50%), a metade ou mais das empresas já incorporaram a IA ao dia a dia. Em contrapartida, em locais como São Paulo (49%), Pernambuco e Distrito Federal (48%) ou Paraná (47%), os índices ainda não alcançaram metade, mas seguem muito próximos.
Para o secretário de Inteligência Artificial, Economia Digital, Ciência, Tecnologia e Inovação do Piauí (SIA-PI), André Macedo, o resultado consolida o estado como referência nacional em tecnologia. Segundo ele, o governo tem investido em capacitação de servidores, incentivo ao uso da IA na educação e políticas que ampliam a digitalização. “Nosso compromisso é garantir que empresas, instituições e cidadãos avancem juntos nesse processo, tornando o Piauí mais competitivo, inovador e inclusivo”, destacou.
percentual por setores
O relatório também revelou que a maior parte das empresas brasileiras ainda não oferece treinamentos específicos em IA: 59% dos entrevistados afirmaram não ter promovido capacitações no tema. Em termos de setores, contabilidade (80%), estética e beleza (75%) e seguros (67%) são os mais avançados na incorporação da tecnologia. Já áreas como farmacêutica, saneamento, meio ambiente e bens de consumo apresentam resistência ou dificuldades na adoção.
A pesquisa avaliou ainda a preocupação com a substituição da mão de obra pela inteligência artificial. Quase metade dos entrevistados (44%) afirmou não perceber impactos diretos no quadro de funcionários, enquanto 28% já identificam substituições em algumas funções — percentual levemente acima do registrado em 2024 (26%). Entre os setores que mais percebem essa mudança estão o jurídico (36%) e o de consultoria e treinamentos (35%). Já ONGs e terceiro setor (63%), além das áreas de bens de capital, eletroeletrônicos (62%) e farmacêutica (55%), foram os que menos relataram efeitos.
Para o presidente da Investe Piauí, Victor Hugo Almeida, os dados demonstram que o estado segue um caminho sólido de transformação digital. Ele reforça que o avanço da inteligência artificial só é possível com investimentos contínuos em educação, inovação e tecnologia. “O Piauí está se consolidando como referência no uso da IA, criando um ambiente favorável à inovação e atraindo novos negócios. Essa conquista é fruto da integração entre empresas e instituições que acreditam na tecnologia como vetor de desenvolvimento”, afirmou.