O empresário Eliésio Marinho da Silva, réu pelo assassinato da então companheira Kamila Carvalho do Nascimento, ainda não foi julgado desde o dia do crime, no dia 20 de outubro de 2023 na zona Norte de Teresina. O caso, inicialmente, foi tratado como morte suspeita, mas a investigação revelou que, na verdade, foi feminicídio.
Eliésio chegou a passar por audiência de instrução e julgamento no dia 23 de julho de 2024, mas a decisão foi prorrogada para o mês de agosto do mesmo ano. Duas testemunhas — uma de defesa e uma indicada pelo Ministério Público — não puderam comparecer. Até a última atualização desta reportagem, o empresário ainda não tinha sido condenado, e não havia data marcada para uma nova audiência.
O CRIME
Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos, foi encontrada morta no bairro Aeroporto, zona Norte de Teresina. Na época, o empresário afirmou que deixava a arma no guarda-roupa, e que era para a segurança da sua família. Ele chegou a procurar a imprensa para lamentar o ocorrido e afirmou que a companheira não sabia manusear o revólver.
É um momento difícil para mim, a gente discutiu, ela então correu para a cozinha, pegou uma faca e veio para cima de mim, nessa hora minha filha entrou no meio, eu fui me afastando dela, caminhando para a sala, entre a sala e a cozinha tem uma porta de vidro, quando ela passou pela porta, ela correu para dentro do quarto e pegou a arma que ficava no guarda-roupa, ela sempre soube que tinha essa arma dentro de casa para minha defesa, pois sou comerciante e tinha medo da casa ser invadida, essa arma era para nos proteger. Eu tentei evitar, falei para ela não fazer isso, eu implorei e ela falava 'Eu vou acabar com isso', aí ela pegou a arma, colocou na cabeça e disparou, disse o empresário na época à Rede Meio.
REVIRAVOLTA
Três dias depois, a delegada Nathalia Figueiredo, da Delegacia de Feminicídio, pediu a prisão do empresário como sendo o principal suspeito do crime, após a investigação revelar que, na verdade, não houve suicidio como apontado pelo homem. Em janeiro de 2024, ele foi solto e continua até hoje.
Eliésio Marinho foi denunciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.