Educação, tecnologia, inovação e transformação de vidas. O estado do Piauí apresenta uma crescente integração dos alunos da rede pública com as mais diversas vertentes do mundo tecnológico, indo desde a programação de softwares até a robótica. Uma das provas concretas é o Seduckathon, programa que oferece intercâmbio educacional para os estudantes.
COMO ACONTECE O SEDUCKATHON?
Desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o Seduckathon é uma disputa de programação em que estudantes da 2ª ou 3ª série dos cursos técnicos de nível médio das escolas da rede estadual apresentam projetos voltados à resolução de desafios enfrentados pelas unidades de ensino, como transporte escolar, alimentação, gestão, leitura, inclusão social e saúde mental.
INTERCÂMBIOS
O objetivo é promover a criatividade, a inovação e o uso da tecnologia, gerando um impacto significativo na educação e na sociedade. Na primeira edição do programa, realizada em 2024, dez projetos foram finalistas, e seis equipes ganharam intercâmbio de 30 dias nos Estados Unidos (Boston) e quatro na Coreia do Sul (Seul), totalizando 50 alunos e 10 professores, com todas as despesas custeadas e acompanhamento da Seduc.
Entre as equipes premiadas estão os alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Prefeito João Mendes Olímpio de Melo – Premen Norte, localizado na zona Norte de Teresina. Artur Hanry, Paulo Victor, Paulo Victor das Neves, Willian Rafael e Yslane Ravena, sob a orientação do professor Alan Jheyson, desenvolveram o Programa de Administração de Nutrição Diária Alimentar – PANDA ALIMENTAÇÃO.
PANDA ALIMENTAÇÃO
A ferramenta tem como propósito avaliar a quantidade de refeições necessárias na escola e calcular a demanda conforme o número de alunos presentes no dia. Segundo o professor Alan Jheyson, a ideia surgiu da necessidade de controlar as filas e evitar que alunos ficassem sem lanchar, além de combater o desperdício de comida.
“Depois a gente começou a observar o andamento do da rotina da cantina. A gente começou a ver a quantidade de desperdício de alimento, e viu também que dentro daquele alimento pronto, tinha dia que faltava ou que sobrava o alimento ainda consumível. A outra questão é a organização do próprio estoque. Porque é tudo feito manual”, disse o educador.
Diante da regra que proíbe o uso de celulares na escola, os estudantes idealizaram um sistema de tokens que funcionará da seguinte forma: ao chegar à escola, o aluno poderá fazer sua solicitação por meio de um tablet. Haverá um tempo determinado para que o pedido seja realizado, sendo o horário limite definido conforme o funcionamento do refeitório.
“Ele tem essas multifuncionalidades dentro da sua aplicação para tentar resolver esses problemas simples que é o refeitório. Acho também que é de importância que é a questão da segurança alimentar”, frisou o professor.
Sobre o intercâmbio, o estudante Artur Hanry destacou o que mais lhe causou impacto. “Acho que todo momento foi marcante, mas acho que mais marcou a gente foi a formatura que a gente teve. Um membro do nosso instituto teve que apresentar em inglês sobre o que a gente achou da escola, sobre o que aconteceu, a experiência da nossa equipe”, disse.
O sentimento é compartilhado dentre os demais colegas. “No começo ninguém tava acreditando até depois de um tempo caiu a ficha que a gente ia para os Estados Unidos e quando a gente chegou lá é uma coisa realmente de outro mundo. Foi incrível, as pessoas tudo lá é realmente muito diferente como dizem”, pontuou Paulo Victor.
AMPLIAÇÃO E FUTURO
Conforme o professor Alan, a equipe está em constante diálogo com o Investe Piauí para explorar a possibilidade de comercializar o aplicativo para outras empresas, como restaurantes. Eles se reúnem com o órgão para discutir o andamento do projeto e receber orientações sobre os próximos passos para transformar o "Panda" em uma startup de sucesso.
“Ele é um projeto adaptado na área da refeição. Você pode implementar ele em algum restaurante, em alguma faculdade, para fazer essa gestão também de alimentos. Então, acredito que sim, o quando ele pode ser expansível para outras áreas”, disse Artur Hanry.
O docente ainda enfatizou que a viagem teve um impacto profundo nos alunos, que retornaram ao Brasil com uma nova visão de mundo e uma maturidade ampliada. Segundo ele, as mães dos estudantes relataram mudanças significativas no comportamento dos filhos, como maior senso de responsabilidade, proatividade e autoconfiança.
“O governo do Rafael tem feito investimento muito grande em questão de infraestrutura e tecnologia. Isso faz com que a gente consiga trabalhar com os alunos, que são nossos alunos, 100% é de zona periférica, eles consigam ter uma nova percepção de vida”, finalizou o professor.
EDIÇÃO DO SEDUCKATHON DE 2025
A segunda edição, realizada em 2025, expandiu o programa para 130 estudantes e 26 professores, com intercâmbios em seis países. O número de inscritos também registrou um aumento significativo, chegando a quase 9 mil participantes. A seleção foi dividida em três categorias: Seduckathon, Empreendedorismo e Desempenho Acadêmico.
Seduckathon: destinada a estudantes da rede estadual de cursos técnicos em Desenvolvimento de Sistemas, Informática e Programação de Jogos Digitais.
1ª fase: prova objetiva sobre tecnologia e inglês;
2ª fase: desenvolvimento de projetos para solucionar desafios das escolas;
3ª fase: hackathon com apresentações em português e inglês.
Empreendedorismo: aberta a alunos matriculados no componente curricular Projeto de Vida, que devem apresentar um projeto inovador e fazer uma prova de conhecimentos em empreendedorismo e inglês.
1ª fase: prova subjetiva;
2ª fase: submissão de projeto;
3ª fase: participação na Maratona Seduckathon.
Desempenho Acadêmico: melhores médias em português e matemática.