O empresário Danillo Coelho de Sousa, investigado por suposta participação em um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), compareceu no final da tarde desta quinta-feira (6) ao Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Tanto ele quanto Haran Santiago Girão Sampaio vão cumprir medidas restritivas determinadas pela Justiça enquanto as investigações continuam em andamento.
Em entrevista ao MeioNews, o delegado Laércio Evangelista confirmou o comparecimento de Danillo Coelho ao DRACO e informou que a defesa do empresário ainda não teve acesso ao inquérito policial. Segundo o delegado, Danillo esteve no departamento para tomar ciência das medidas restritivas impostas pela Justiça, entre elas:
- Proibição de sair da comarca de Teresina;
- Proibição de manter contato entre si, inclusive por meio de terceiros ou redes sociais;
- Obrigação de entregar os passaportes à Polícia Federal.
QUAL O PRÓXIMO PASSO?
Mais cedo, Haran Santiago também esteve no DRACO. Questionado, o delegado Laércio Evangelista informou ainda que os empresários vão prestar depoimento somente na próxima semana acerca da Operação Carbono Oculto 86.
Nós temos três inquéritos em curso, dois já muito próximos de finalizar. As pessoas investigadas estão se apresentando para dar ciência da decisão judicial, e acredito que muitas delas têm interesse em colaborar com as investigações, explicou o delegado Anchieta Nery, da Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.
OPERAÇÃO CARBONO OCULTO 86
A operação foi deflagrada no dia 5 de novembro no Piauí, Tocantins e Maranhão. O foco da investigação é verificar a infiltração do PCC no setor de combustíveis, através de empresas de fachada, fundos de investimento, fintechs e fraudes no mercado de combustíveis.
Na quarta-feira, 49 postos de combustíveis foram interditados, sendo 16 somente na capital do Piauí. Entre 2023 e 2025, o PCC lavou mais de R$ 5 bilhões.
O principal alvo da operação foi a rede de postos de combustíveis HD, ligada aos empresários Haran e Danillo. Na madrugada, os dois foram alvos de mandados de busca e apreensão: um estava no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e o outro em Teresina. Os agentes apreenderam um computador, um celular e dinheiro em reais e euros.