O setor aeroportuário segue em crescimento no Brasil. De janeiro a maio de 2025, foram registradas mais de 66 mil decolagens internacionais, alta de 15,6% sobre 2024, um recorde histórico. Na alta temporada de inverno, serão ofertados mais de 68,3 mil voos domésticos, aumento de 6% em relação ao ano anterior. O avanço também reflete na busca por qualificação, especialmente em áreas de engenharia ligadas ao setor.
Segundo Kidner Angelino Próspero, Engenheiro Civil e professor, as melhorias nos aeroportos partem de grandes intervenções com obras de engenharia. Além delas, há também “os setores de manutenção aeroportuária, que é uma exigência legal das normas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Todos os aeroportos precisam dispor de equipes de engenharia de manutenção que são responsáveis técnicos pela segurança dos equipamentos, sistemas e infraestruturas do aeroporto”, observa. Ele acrescenta que diversos conhecimentos são importantes, a exemplo da “gestão de manutenção e de equipe, pavimentos asfálticos, mecânica, refrigeração, estabilização de energia elétrica, que são, talvez, os conhecimentos de maior necessidade para o engenheiro de aeroporto”, pontua.
Fundamental ressaltar, ainda, de acordo com o docente Kidner da wyden, que com as privatizações do setor aéreo, os investimentos foram expressivos e hoje todos os grandes aeroportos do Brasil passaram ou têm passado por melhorias transformadoras. “Isso gera impacto direto na atração de novos usuários. O futuro é o olhar para os aeroportos regionais e o setor de transporte aéreo de cargas”, frisa.
Setor aeroportuário impacta economia e negócios
Segundo o professor Alex Marques, do Núcleo de Negócios, investir na infraestrutura aeroportuária é essencial para o desenvolvimento regional. Um aeroporto moderno amplia a conectividade, facilita o fluxo de pessoas e cargas, impulsiona a economia, atrai empresas, gera empregos e aumenta a arrecadação.
Em 2022, os aeroportos brasileiros movimentaram 82 milhões de passageiros, segundo a ABEAR, estimulando hotéis, restaurantes, comércio e transporte, e gerando empregos diretos e indiretos. No total, o setor aéreo e o turismo relacionado somaram cerca de R$ 34,2 bilhões em salários, evidenciando seu impacto na geração de trabalho.
“Quando penso nos investimentos em infraestrutura aeroportuária, vejo logo o quanto eles são cruciais, especialmente porque o aeroporto é, para muitos turistas, a primeira impressão de um destino. Os impactos econômicos gerados por essas melhorias são realmente significativos. Um aeroporto de ponta atrai novos investimentos externos, tornando a cidade mais competitiva e interessante para empresas que buscam boa logística e conectividade”, complementa Alex.
Atuação no setor de aviação em Teresina exige qualificação em engenharias
Recentemente, Teresina contou com a entrega das obras da Motiva. O docente Kidner é um dos engenheiros vinculados à concessão que opera o aeroporto na capital e ressalta que se qualificar é um passo fundamental. “Na rede de ensino, temos uma disciplina especifica de engenharia de Aeroportos. Com isso, o aluno sai na frente com conhecimentos básicos que o habilita a pleitear vagas nesse segmento tão encantador e promissor”, finaliza.