Wesley Nascimento Fonseca, suspeito de esfaquear e matar Ana Karine, já havia sido acusado de violência contra uma mulher em 2014. A informação foi confirmada ao MeioNews pela delegada Nathalia Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo a delegada, ele demonstrava comportamento agressivo e ciúmes excessivos. Na época, Wesley era companheiro da vítima. Conforme apurado pela reportagem, a mulher registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher, denunciando que ela teria sido espancada com socos e pontapés no bairro dos Noivos, zona Leste de Teresina.
No entanto, o crime prescreveu, ou seja, o processo encerrou devido ao tempo que se passou do caso.
“O prazo prescricional do crime de lesão corporal foi interrompido em 16.05.2015, com o recebimento da denúncia (art. 117, I, CP). Não havendo qualquer outra causa interruptiva da prescrição, a pretensão punitiva estatal prescreveu em 16/05/2023, para o crime de lesão corporal. Pelo exposto, DECLARO extinta punibilidade do acusado WESLEY NASCIMENTO FONSECA, qualificado nos autos, ex vi do disposto no art. 107, IV, do Código Penal”, consta da decisão assinada em novembro de 2024.
SUSPEITO AINDA NÃO SE APRESENTOU A POLÍCIA
Após a defesa de Wesley divulgar uma nota à imprensa nesta quinta-feira (7) negando que o acusado esteja foragido, a delegada destacou que a oitiva do suspeito é um elemento de defesa e que declarações feitas na mídia não têm validade para o inquérito policial.
"Ele não compareceu na delegacia ainda, mesmo sabendo sua condição de principal suspeito. Tentou se localizar nos seus endereços de cadastro, não teve êxito. Por isso, a gente lança um apelo à população: quem tiver conhecimento do paradeiro dele, informar à delegacia. Como eu disse, nós queremos esclarecer a situação, e é ele sendo ouvido que ele poderá trazer algumas informações que possam ser necessário o inquérito", pontuou.
A autoridade ainda relatou que a polícia já realizou diversas diligências, incluindo a coleta de imagens e oitivas, como a coleta do depoimento da irmã da vítima, que foi testemunha ocular e forneceu informações importantes para as investigações.
"Se está numa condição de suspeito, não vai para delegacia para esclarecer, isso causa um prejuízo inclusive à sua defesa. Como eu disse, a oitiva, ela também é um mecanismo para defesa, ele vai trazer suas argumentações. O advogado chegou a lançar algumas hipóteses via mídia, mas repito, para o que é policial isso não tem validade, ele tem que ser formalmente ouvido", finalizou.
CASO ANA KARINE
O crime ocorreu por volta das 3h da manhã, quando Wesley teria cobrado a dívida da vítima. De acordo com o irmão da vítima, durante a discussão, Ana Karine, de 35 anos, se virou e foi atingida com uma faca no pescoço. O débito seria de R$ 30 por cervejas, segundo o Capitão Leodomir, do 1º Batalhão da Polícia Militar, ao MeioNews.
A vítima ainda correu mas não resistiu aos ferimentos. A Polícia Militar e o SAMU foram acionados por populares. O óbito foi confirmado no local.