A Universidade Federal do Piauí reabriu, nesta terça-feira (30), o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal, espaço de prática e cidadania vinculado ao Curso de Ciências Contábeis do Centro de Ciências Humanas e Letras. Localizado no Espaço Rosa dos Ventos, o NAF retoma suas atividades após suspensão durante a pandemia.
O Núcleo oferece orientação fiscal gratuita a pessoas físicas de baixa renda, microempreendedores individuais, organizações da sociedade civil e pequenos proprietários rurais. O atendimento busca ampliar a conscientização tributária, fortalecer a formação de cidadãos ativos e, ao mesmo tempo, possibilitar a prática profissional de estudantes da UFPI.
A reabertura contou com a presença da reitora Nadir Nogueira, do delegado da Receita Federal no Piauí, Luiz André, de representantes do fisco estadual e municipal, além de professores e estudantes. Para a reitora, o retorno do Núcleo simboliza um novo ciclo de integração entre ensino, pesquisa e extensão.
“A reabertura do NAF reforça nosso compromisso em apoiar esse projeto e em colocar o Núcleo como espaço de diálogo e de cidadania da UFPI com a sociedade. É um campo de prática, mas também um campo de cidadania”, afirmou.
Projeto em expansão no Piauí
Maria Amélia Ramos de Castro, responsável pelo Projeto NAF no estado, destacou que a rede já conta com 12 unidades em cidades como Teresina, Picos, Piripiri e Floriano.
“Estamos celebrando o reavivamento do NAF na UFPI, instituição pioneira em oferecer o curso de Ciências Contábeis em Teresina. Aproveito para parabenizar os alunos selecionados para atuar no Núcleo. Vocês nunca irão se arrepender”, disse.
Paulo Roberto Holanda, representante da Secretaria da Fazenda do Piauí, ressaltou o papel da parceria.
“A Sefaz tem orgulho de fazer parte dessa cooperação e reafirmar esse compromisso com o NAF. Vamos agendar treinamentos e palestras para preparar a equipe.”
O diretor do CCHL, Vitor Sandes, afirmou que a reinauguração reafirma a vocação institucional de aproximar universidade e sociedade. A coordenadora do curso de Ciências Contábeis, professora Regina Pacheco, avaliou o impacto da iniciativa.
“Ganha o estudante que aprende na prática o que vai executar no mercado de trabalho, ganha a sociedade com um serviço gratuito e de qualidade, e ganham os órgãos públicos que cumprem seu papel social.”
O NAF funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h, no Espaço Rosa dos Ventos. A agenda de serviços e atividades será divulgada nos perfis do Núcleo e do curso de Ciências Contábeis no Instagram.
Campanha amplia compromisso com inclusão e diversidade
Paralelamente, a UFPI lançou a campanha “UFPI para todas as pessoas”, conduzida pela Coordenadoria de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade, vinculada à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários-PRAEC. A iniciativa busca consolidar a universidade como ambiente inclusivo e acolhedor, comprometido com a mitigação de práticas violentas e discriminatórias.
Para a reitora Nadir Nogueira, a ação nasce como conquista coletiva.
Essa campanha nasce vitoriosa porque foi construída com a participação de todas e todos, com respeito às diferenças e garantia do direito de existir e viver plenamente. Nossa comunidade acadêmica é chamada a construir políticas que beneficiem o coletivo, protejam os mais vulneráveis e assegurem que as mulheres tenham voz, espaço e liderança. Essa é a universidade que queremos: viva, plural, feminista na essência de sua luta por igualdade, com o diálogo que nasce da diversidade e ecoa para transformar a sociedade em que vivemos. Que este seja o tempo das mulheres, mas também o tempo de todas as pessoas que acreditam que o conhecimento deve servir à justiça social e à emancipação humana.
O vice-reitor, Edmilson Miranda, definiu o momento como histórico. “A universidade vive um período em que toda a comunidade é chamada a contribuir na construção de políticas que beneficiem o coletivo e respeitem o direito de ser e viver de todas as pessoas.”
Educação para a diversidade
O coordenador da COIDEIA, Fábio Passos, destacou a dimensão educativa. “É fundamental ter compromisso com a mitigação da discriminação e o exercício do respeito. Essa ação educativa tem capacidade de enfraquecer e desencorajar práticas violentas e discriminatórias já em seu nascedouro. É a construção de uma nova cultura dentro da universidade.”
O pró-reitor da PRAEC, Emídio Matos, afirmou que a campanha reforça o letramento antidiscriminatório e consolida a UFPI como espaço diverso, acessível e inclusivo.
A coordenadora de Comunicação da universidade, Graciele Barroso, ressaltou a participação de diferentes segmentos. “A proposta foi dar voz às percepções individuais de cada grupo da comunidade acadêmica.”
Vozes da comunidade
A estudante de Moda, Rayssa Abreu, praticante de religião de matriz africana, relatou sua experiência. “Eu não usava turbante nem roupas de trabalho. Parecia que estava cometendo um crime. Quando me chamaram para a campanha, pensei: é a hora, como sair do armário. Cultuar seus ancestrais não devia ser um ato de coragem, e sim um direito garantido.”
A servidora Elizabete Menezes, da PRAEC, com mais de 40 anos na instituição, disse que participou para ampliar o debate sobre acolhimento intergeracional. “É importante discutir para que possamos construir uma universidade e sociedade justa e inclusiva para todas as idades.”
As publicações da campanha estão sendo divulgadas nas redes sociais da UFPI, com informações sobre como realizar denúncias de práticas discriminatórias.