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64 corpos são levados por moradores à praça no Rio, um dia após megaoperação

Os corpos estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes.

Corpos são levados para praça na Penha | Foto: Raull Santiago/Arquivo pessoal
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Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 64 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), o dia seguinte à operação mais letal da história do RJ.

CORPOS NÃO CONSTAM NO BALANÇO OFICIAL

O governo do RJ havia afirmado nesta terça-feira (28) que 60 criminosos foram mortos durante a megaoperação na Penha e no Alemão — outros 4 policiais também morreram. Nesta quarta, o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, informou que, a princípio, os corpos da praça não constam dessa contabilidade. Haverá uma perícia para confirmar se há relação entre essas mortes e a operação.

Os corpos estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes. Moradores afirmaram que ainda há muitos mortos no alto do morro.

Corpos começaram a chegar ainda de madrugada — Foto: Reprodução 

O ativista Raull Santiago é um dos que ajudaram a retirar os corpos da mata. “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo, brutal e violento num nível desconhecido”, disse.

Corpos largados em hospital

Mais cedo, moradores transportaram 6 corpos em uma Kombi para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O veículo chegou em alta velocidade e saiu rapidamente do local.

SOBRE A OPERAÇÃO

Pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança do RJ foram mobilizados para cumprir 100 mandados de prisão. A Polícia Civil informou que, em retaliação, criminosos lançaram bombas com drones. Outros fugiram em fila indiana pela parte alta da comunidade, em cena semelhante à ocupação do Alemão em 2010.

Barricadas em chamas em reação à Operação Contenção — Foto: Reprodução/TV Globo 

Operador do CV preso

Entre os presos está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos chefes do Comando Vermelho da região. Outro detido é Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de um dos altos chefes do CV, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada com antecedência e não contou com apoio do governo federal. Santos destacou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas.

Corpos são levados para praça na Penha - Foto: Betinho Casas Novas/g1

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