Amiga diz que Bruno e agressores jogaram álcool em Eliza

Escoltado pela polícia, Macarrão chega ao Rio de Janeiro para primeira audiência

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O depoimento de Milena Barone Fontana, amiga de Eliza Samúdio, durou 40 minutos e, a pedido da testemunha, não foi tomado em frente a Bruno e Macarrão. Diante do juiz, ela afirmou que conheceu Eliza quando ela já estava grávida e que morava com ela em outubro de 2009, quando Bruno e Macarrão teriam forçado a jovem a tomar medicamentos abortivos. Milena afirmou desconhecer a profissão de Eliza, mas disse que ela gostava de festa e que sabia que ela conhecia jogadores de futebol.

Milena contou ainda que na madrugada do dia 13, Bruno foi até o flat onde Eliza morava e pediu para que ela descesse. Havia um homem deitado dentro do veículo e um outro teria chegado gritando "perdeu, perdeu". Neste momento, segundo Eliza teria relatado a Milena, ela teria sido agredida com tapas e puxões de cabelo. Os homens teriam espalhado álcool sobre o corpo da vítima e teriam obrigado a tomar dois comprimidos.

No dia seguinte, às 11h da manhã, Milena disse ter recebido uma ligação de Eliza. Ela teria dito que estava tudo bem e que estava na casa de um amigo de Bruno. Às 13h, Eliza teria ligado novamente. Desta vez, ela estava chorando e pediu que Milena fosse para a 32ª Delegacia de Polícia. De lá, as duas seguiram para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), onde Eliza apresentou a acusação por agressão e ameaça. De acordo com Milena, Eliza tinha marcas de tapas no rosto.

Eliza teria dito a Bruno que iria procurar uma clínica para fazer o aborto porque os remédios não fariam efeito. Nesta época, Eliza estava com cinco meses de gravidez. Bruno teria dito para Eliza não procurar a imprensa ou a polícia, mas, segundo Milena, essa foi a primeira atitude de Eliza ao deixar o condomínio de Bruno.

Milena afirmou que Eliza decidiu retornar ao Rio de Janeiro depois de ter tido o bebê porque ela acreditava que Bruno não faria nada contra ela. Eliza teria dito que Bruno conheceu o bebê, brincou com ele, pediu fotos e elogiou Eliza.

Mais cedo, a delegada Maria Aparecida Mallet, que respondia pela Delegacia de Defesa da Mulher do Rio de Janeiro em outubro de 2009, foi a primeira testemunha ouvida na audiência do processo de agressão a Eliza Samudio, que acontece nesta quinta-feira, no Fórum de Jacarepaguá. Ela afirmou que ouviu a ex-amante do goleiro Bruno Souza, quando Eliza registrou ocorrência de ameaças e agressão contra o atleta e o amigo dele, Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Segundo a delegada, em seu depoimento Eliza, então com 25 anos e cinco meses de gestação, afirmou que o atleta e o amigo a forçaram a entrar no carro e a ameaçaram de morte, caso ela não fizesse um aborto. Ela denunciou, ainda, que foi forçada a tomar substâncias abortivas. A delegada afirmou que não determinou a concessão de medidas de proteção à ex-amante de Bruno porque deixou o inquérito apenas seis dias após receber a denúncia.

Na tarde de hoje, o juiz Marco José Mattos, ouvirá apenas as cinco testemunhas de acusação, indicadas pelo promotor Eduardo Paes. A segunda pessoa a ser ouvida é Milena Baroni Santana, amiga de Eliza. Já as testemunhas de defesa devem ser ouvidas em outra audiência, que ainda não foi marcada.

Logo após o início dos trabalhos, o advogado do goleiro e de Macarrão, Ercio Quaresma, afirmou que o deslocamento de seus clientes ao Rio de Janeiro para participar da audiência é absurdo. "Já vi antes coisas absurdas neste processo. E essa situação de vir ao Rio é mais uma delas", disse ele.

No Rio de Janeiro corre o processo que surgiu após as denúncias feitas por Eliza Samudio, ex-amante do jogador que, em outubro de 2009. Em Minas Gerais a dupla é acusada, junto com outros cinco réus, pelo sequestro e morte de Eliza. Ela teria sido sequestrada no Rio de Janeiro e levada para o sítio de Bruno na região metropolitana de Belo Horizonte, de onde só teria saído para ser executada por asfixia, segundo o inquérito policial. "Não fizeram provas até agora de que ela está morta. Não vi cadáver, não vi atestado de óbito e não vi relatório de necropsia", disse o advogado na tarde de hoje.

Outro advogado da equipe de defesa de Bruno e Macarrão, Márcio Carvalho de Sá, disse que a expectativa para a audiência é colher provas de que não aconteceu crime algum. Bruno acompanha a audiência sentado à esquerda do juiz, com braços cruzados, sem demonstrar emoção.

Os réus desembarcaram no Rio de Janeiro por volta de 10h45 de hoje no aeroporto Santos Dumont, passaram pelo Instituto Médico Legal (IML), na Leopoldina, e em seguida foram levados para Jacarepaguá. A dupla chegou à capital fluminense em um avião da Polícia Civil de Minas Gerais. Eles deixaram o presídio mineiro de Contagem por volta de 8h50 e embarcaram em direção à capital fluminense no aeroporto da Pampulha



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