Uma mulher de 34 anos foi espancada pelo companheiro, um empresário no Distrito Federal, no elevador do condomínio do casal. A vítima passou cinco dias internada para se recuperar das lesões e segundo a família ela foi levada ao hospital no sábado (02/08) com fraturas na face e edemas pelo corpo, resultados da sequência de cotoveladas e socos desferidos por Cléber Lúcio Borges, de 55 anos, na madrugada da sexta (1º).
A vítima teve alta médica apenas nesta quarta-feira (06), cinco dias depois. Um laudo médico ainda será finalizado para indicar a extensão dos machucados. No momento da internação, os médicos alertaram à mãe da mulher agredida que aqueles ferimentos tinham características de violência e foi a mãe quem acionou a Polícia Civil.
Cléber foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira, em sua residência. Além da agressão, ele mantinha duas armas de fogo e farta munição em casa, sem qualquer autorização legal. O agressor é empresário do ramo de móveis e tem empresas no Distrito Federal e em Goiás. Em nota, a defesa de Cléber Lúcio disse que vai se manifestar na Justiça, no decorrer do processo e que o caso ainda está em apuração.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o empresário espanca a mulher no elevador. Ao todo, a agressão dura quase quatro minutos. Veja:
Após a vítima chamar o elevador, as portas se abrem, e Cleber Lúcio Borges a surpreende já dando um soco. Dentro do elevador, as agressões continuam. A mulher chega a cair no chão devido aos socos. Depois, se levanta e tenta reagir, dando tapas no companheiro. Em resposta, leva mais socos e cotoveladas.
Quando as portas se abrem novamente, o homem sai do elevador e a mulher, ainda caída, aperta os botões de outro andar.
AÇÃO em andamento
Segundo as investigações, a vítima já sofreu outras agressões. Até esta semana, ela nunca tinha procurado as autoridades. A investigação segue em andamento. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que processos ligados à Lei Maria da Penha não dependem da vontade da vítima.
"Nós vamos analisar a gravidade da situação. A polícia, a Justiça, o Ministério Público vão agir independente da vontade da vítima. Pra quê? Pra garantir a segurança da mulher, preservar a vida dessa mulher", afirmou o delegado.
'Desentendimento' motivou o crime
O delegado Marcos Loures, informou que a vítima foi ouvida "informalmente" ainda no hospital. Ela confirmou as agressões e disse que, no episódio da última semana, a briga foi motivada por um "desentendimento" na saída de um casamento.
"Eles foram a uma festa de casamento e, na saída, se desentenderam por uma questão de quem ia conduzir o carro, quem ia dirigir. E acabaram, por uma questão pequena, tendo essa discussão", relatou o delegado, com base no relato da vítima.
PORTE ILEGAL DE ARMAS
Na manhã de quarta-feira, Cléber foi preso em flagrante, em casa. Mas não apenas pela agressão: ele tinha duas armas de fogo e munição em casa, sem qualquer autorização legal. De acordo com a Polícia Civil, ele não tem porte nem registro das armas.
Cléber pagou fiança de R$ 25,9 mil e foi liberado da prisão em flagrante. Ainda assim, até a noite desta quinta, ele seguia preso preventivamente por decisão da Justiça, já que não cabe fiança no processo pela agressão à companheira.
"Se não fosse o crime de violência doméstica, ele teria sido colocado em liberdade. Mas como ele também estava com a preventiva, ele continuou preso", explicou Loures.
O que diz o agressor
"A defesa técnica do investigado informa que as manifestações necessárias ocorrerão nos autos do processo. O caso está em fase de apuração, e as condutas mencionadas em reportagem ainda não foram objeto de denúncia. Todas as medidas de defesa cabíveis estão sendo tomadas. O investigado tem total interesse na elucidação dos fatos e reitera sua idoneidade."