A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde desta terça-feira (22), Edson Aparecido Campolongo, suspeito de envolvimento direto em uma série de ataques a ônibus na Região Metropolitana de São Paulo. A detenção ocorreu em São Bernardo do Campo, onde o homem reside e também atua como motorista do chefe de gabinete da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
Edson confessou participação em pelo menos 19 atos criminosos, sendo 16 ocorrências no Grande ABC e uma na capital paulista. Em um desses ataques, uma criança foi ferida por estilhaços na Avenida Jorge João Saad, na última terça-feira (15).
Relação com órgão público será investigada
O envolvimento de Edson causou surpresa principalmente por sua função no serviço público. Ele é servidor da CDHU e, segundo a investigação, dirigia para um dos chefes do gabinete da companhia. A casa do superior fica na mesma cidade onde o suspeito foi preso. A polícia agora apura se há qualquer vínculo entre os crimes e o órgão estadual.
No local de trabalho de Edson, foram apreendidos objetos que reforçam as suspeitas: um estilingue, pedras brancas de aquário e chumbadas de pesca. Os materiais, de alta densidade e pequeno porte, são ideais para causar danos consideráveis ao serem lançados com força, estratégia confirmada pelo próprio suspeito durante depoimento.
Ataques planejados e possível articulação
Durante o interrogatório no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Edson relatou que os ataques foram planejados com antecedência e também apontou o próprio irmão como cúmplice nas ações. A polícia agora investiga se há uma estrutura maior por trás dos atentados ou se os envolvidos agiram por conta própria.
Um dos episódios confirmados pelo suspeito é o ataque coordenado da última quinta-feira (17), quando 16 ônibus foram depredados em sequência. Desde o início de junho, mais de 810 ocorrências contra o transporte público já foram registradas em São Paulo, especialmente na Grande São Paulo.
Governo deve se pronunciar
A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que o secretário da pasta deve se pronunciar ainda esta semana, em entrevista coletiva. O governo acompanha de perto o avanço das investigações diante da escalada de violência que tem afetado diretamente a mobilidade e a segurança da população paulista.