A Polícia Civil de São Bernardo do Campo prendeu Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, suspeito de depredar ônibus na região do Grande ABC e na Capital Paulista. Ele foi conduzido à Delegacia Seccional de São Bernardo do Campo para prestar depoimentos e indicou um irmão como um segundo envolvido nas ações.
De acordo com as investigações, Edson é funcionário público há mais de 30 anos, na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), segundo informações do Portal da Transparência. No órgão estadual, ele atua como motorista do chefe de gabinete. De acordo com o delegado Domingos de Paula Neto, da Seccional de SBC, a polícia chegou até o homem após identificar um veículo branco que estava presente em cenas de ataques.
"Ele é motorista do chefe de gabinete. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no Centro de São Paulo. Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital", afirmou o delegado.
Ainda durante os interrogatórios, o homem disse que cometeu o crime pois “queria consertar o Brasil”, mas o Secretário-Executivo de Segurança Pública de SP, Osvaldo Nico disse não acreditar na história.
Os policiais estiveram hoje em dois endereços ligados ao suspeito e encontraram em um armário diversas esferas de metal e na casa dele um estilingue usado nos casos de vandalismo contra os coletivos. VEJA O MOMENTO DA PRISÃO, COM IMAGENS CEDIDAS PELA TV SBC:
O irmão dele, que mora na região de Osasco, é investigado por dar suporte nas depredações. “Essa informação [do envolvimento do irmão] chegou hoje após o segundo interrogatório do suspeito na presença dos advogados”, destacou o delegado Neto.
Ainda segundo a Polícia Civil, no decorrer das investigações, foram coletados diversos elementos que indicaram que as ações estariam planejadas há alguns meses.
Os suspeitos poderão responder por dano qualificado e atentado contra a segurança de transporte público. Hoje, a Deic de São Bernardo do Campo solicitou à Justiça a prisão preventiva de ambos.
As motivações para o crime e o recrutamento de outros envolvidos nos danos ainda serão esclarecidos pela polícia que continua com as investigações.
“Acreditamos que essa prisão possa alavancar as investigações que estão em curso, pois já temos um desenho do que pode ter acontecido no âmbito desses ataques. Acreditamos que não existe só uma motivação. Existe o efeito manada, o contágio, o propósito inicial, assim como existe alguém pegando onda, uma sucessão de propósitos”, lembrou o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic.