Um cão farejador da Polícia Militar (PM) foi decisivo para a descoberta de um bunker com 613 quilos de cocaína em Blumenau, no Vale do Itajaí. A apreensão aconteceu durante uma operação da Polícia Federal (PF) contra uma organização criminosa internacional que atuava em Santa Catarina.
A ação ocorreu entre terça (2) e quarta-feira (3), e foi divulgada pela PF nesta quinta (4). Os agentes investigavam o grupo havia seis meses e obtiveram autorização judicial para entrar no galpão, no bairro Itoupava Norte, após identificarem movimentações suspeitas.
A empresa responsável pelo imóvel trabalha com exportação de ligas metálicas e, segundo a Polícia Federal, era usada como fachada para enviar drogas à Europa.
O que são bunkers?
- Bunkers são estruturas, geralmente subterrâneas, projetadas para garantir proteção e sobrevivência em situações extremas.
Cão indicou o esconderijo
Durante as buscas, equipes da PF abriram vários buracos no galpão e até na área externa, acreditando que a droga estivesse enterrada. Quando já não pareciam haver novas pistas, o cão da PM entrou em ação: ele farejou e se sentou ao lado de um tubo de PVC que saía do piso e seguia até o jardim.
Os policiais cavaram no local, mas encontraram concreto. Em seguida, decidiram verificar alguns blocos apoiados sobre galões de combustível e, após algumas marretadas, localizaram o bunker escondido, quase 12 horas depois do início das escavações. Dentro dele estavam os pacotes de cocaína.
O tubo indicado pelo cachorro era, na verdade, parte do sistema de ventilação do esconderijo. A estrutura era pequena, mas comportava até quatro pessoas em pé e tinha paredes rebocadas, com início de pintura.
Prisões e apreensões
Dois homens foram presos. Na casa de um dos suspeitos, no bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis, a polícia apreendeu veículos, embarcações, joias e documentos.
Ainda segundo a PF, o galpão funcionava como ponto de preparação e armazenamento da droga antes do envio internacional.
A investigação também revelou a participação de cidadãos britânicos procurados internacionalmente, com histórico de envolvimento no tráfico de drogas na Inglaterra.
“As investigações apontam para a existência de uma estrutura criminosa internacional, com base operacional em Santa Catarina, que combinava elementos empresariais, apoio logístico de brasileiros e liderança de estrangeiros”, afirmou a PF em nota.