Delegada é afastada por suspeita de envolvimento com tráfico de drogas

Durante a ação, foram apreendidos celulares, documentos, além da arma, distintivo e carteira funcional de Maria Cecília.

Delegada Maria Cecília Castro Dias | Foto: Reprodução
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A delegada Maria Cecília Castro Dias, titular do 77º Distrito Policial (DP) de Santa Cecília, foi afastada de suas funções sob suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de drogas envolvendo policiais civis. A investigação apura o desvio de cargas de entorpecentes para revenda a traficantes.

O afastamento foi determinado por uma decisão judicial do juiz Oto Sérgio Silva de Araújo Júnior, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

No mesmo dia, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência da delegada, localizada na Vila Olímpia, bairro nobre da zona oeste da capital paulista. Durante a ação, foram apreendidos celulares, documentos, além da arma, distintivo e carteira funcional de Maria Cecília. Os dispositivos eletrônicos passarão por quebra de sigilo telemático para coletar possíveis evidências que corroborem o envolvimento da delegada no esquema criminoso.

QUANTO GANHA A DELEGADA ENVOLVIDA COM O TRÁFICO?

Maria Cecília assumiu o comando do 77º DP em agosto do ano passado, após ter sido titular do 2º DP (Bom Retiro). Ambas as delegacias estão sob a jurisdição da 1ª Delegacia Seccional, responsável pelas unidades da Polícia Civil no centro de São Paulo. Segundo investigações, esses distritos eram usados para operar o esquema criminoso, no qual grandes quantidades de cocaína eram trocadas por substâncias como talco ou gesso.

Maria Cecília ocupava o cargo de delegada especial de primeira classe, posição apenas abaixo da classe especial, que é a mais alta da hierarquia da Polícia Civil. De acordo com o Portal da Transparência, seu salário mensal era de R$ 30.232,08, conforme dados de dezembro de 2024.

COMO FUNCIONA O ESQUEMA?

O esquema criminoso envolvia uma rede de mais de 40 informantes, conhecidos como “gansos”, que alertavam os policiais sobre carregamentos de drogas vindos de estados como Mato Grosso do Sul, principal porta de entrada da cocaína proveniente do Paraguai e Bolívia. Policiais disfarçados realizavam apreensões falsas e, em seguida, a droga pura era adulterada em galpões com substâncias como talco e gesso. Para dar legitimidade ao processo, peritos do Instituto de Criminalística emitiam laudos falsificados atestando a pureza da droga, permitindo que os criminosos ficassem com a cocaína pura para revenda a preços elevados.

Ainda não foi localizada a defesa de Maria Cecília, e o espaço segue aberto para qualquer manifestação.

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