Após a ação de reintegração de posse do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), os estudantes que invadiram o local foram encaminhados para o 91º DP. O delegado da 3º Seccional Oeste, Dejair Rodrigues, conversou com os jornalistas e confirmou o indiciamento dos alunos em três processos: danos ao sistema público, desobediência à decisão judicial e crime ambiental. Segundo Rodrigues, eles ficarão detidos até o pagamento de fiança. "O delegado vai estabelecer o valor da fiança com base em cada caso", disse.
O delegado que vai estabelecer a fiança é o responsável pelo Distrito Policial no qual os alunos estão detidos. De acordo com o delegado seccional, o valor mínimo da fiança é de R$ 1.050 e o valor máximo pode chegar aos R$ 50 mil, de acordo com a situação de cada aluno. Os alunos seriam autuados em flagrante ainda na manhã desta terça-feira
No prédio invadido, os policiais encontraram objetos danificados e pichações. "Foram encontradas câmeras danificadas, portas arrombadas e pichações nas paredes", relatou o coordenador da Central de Flagrantes do 91º DP, José Carlos Gambarini, que esteve no prédio da reitoria da USP.
Ainda foram encontradas garrafas de bebidas, fogos de artifícios e coquetéis molotov no interior do prédio invadido pelos alunos.
Reintegração
A Polícia Militar chegou à universidade e cercou o prédio da reitoria por volta das 5h para cumprir a ordem judicial de reintegração de posse do imóvel. O prazo para a desocupação estipulado pela Justiça já havia se esgotado, e o emprego da força policial estava autorizado desde as 23h.
Inicialmente não houve enfrentamento entre estudantes e os policiais do Batalhão de Choque. Pelo menos três estudantes foram detidos ao tentar furar o bloqueio policial e entrar de volta na reitoria. Os policiais impediram o retorno apenas com os escudos, sem o uso de cassetetes ou bombas de gás.
Histórico
A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio. A FFLCH havia sido ocupada depois que a PM abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada e tentou levar os usuários detidos. Os policiais usaram gás lacrimogênio, e alunos teriam ficado feridos após confronto.