O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes (68), foi assassinado a tiros na tarde desta segunda-feira (15) em Praia Grande, litoral paulista. Ele atuou por mais de 20 anos na prisão de Marcos Willians Herbas Camacho (Marcola) e no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado.
MOTIVO DO CRIME AINDA É DESCONHECIDO
As autoridades ainda não sabem quem matou o ex-delegado e qual foi o motivo do crime. Duas hipóteses são consideradas: vingança do PCC pela atuação histórica de Ruy ou reação de criminosos contrariados pela sua atuação à frente da Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande. O atual delegado-geral, Arthur Dian, foi à cidade do litoral para acompanhar as investigações iniciais.
CÂMERAS REGISTRARAM O CRIME
Câmeras de segurança registraram criminosos em um carro perseguindo o veículo da vítima, que bateu em um ônibus. Em seguida, o grupo desembarcou e atirou em Ruy. A morte foi confirmada pela Prefeitura de Praia Grande, onde ele comandava a pasta de Administração desde 2023. Antes, foi uma das autoridades mais atuantes contra a facção criminosa e seu chefe, Marcola.
Ruy comandou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, quando foi indicado pelo então governador João Doria, à época no PSDB. Ele também atuou no Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc) e no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
ELE E SUA EQUIPE INDICIARAM MARCOLA
Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Ruy se tornou delegado e começou a investigar o PCC no início dos anos 2000. Quando esteve no Deic, participou das prisões de algumas das lideranças, incluindo Marcola, por tráfico de drogas, formação de quadrilha e outros crimes relacionados à facção. Em 2006, ele e sua equipe de policiais indiciaram Marcola e a cúpula do Primeiro Comando da Capital.
Em 2006, ordens do PCC de dentro das cadeias determinaram uma série de ataques contra agentes de segurança pública por causa da decisão do governo paulista de transferir as lideranças da facção, incluindo Marcola, para o presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior do estado.