Um menino de 11 anos foi espancado por colegas no corredor do colégio estadual onde estuda na cidade de Juazeiro, região norte da Bahia. As marcas da agressão ainda estão no corpo. Ele teve o tórax machucado e o pé esquerdo deslocado depois de receber vários socos, chutes e pontapés de mais de dez crianças e adolescentes. Segundo a criança, a agressão foi cometida por 14 colegas.
?Tinham dois da minha idade e os outros todos maiores. E tinha uma menina só?, disse. O menino conta que a agressão partiu de uma brincadeira comum na escola, mas diz nunca ter participado. ?Pega a latinha, amassa e, se passar por debaixo da perna, eles começam a bater. Eu não estava brincando, só estava vendo eles brincando, aí quando foi que um passou por debaixo das minhas pernas, começaram a me bater e eu caí no chão?, descreve.
A mãe, da vítima Veralúcia Atanázio, prestou queixa na delegacia da Polícia Civil da cidade. Ela diz que nem todos os agressores foram identificados, mas espera por justiça. ?Eu fiquei desesperada quando eu soube. A gente leva para escola para estudar e acontece agressão física na escola. Isso não pode ficar assim?, afirma. Veralúcia conta ainda que ninguém do colégio prestou socorro ao aluno.
O diretor da escola foi procurado, mas informou que estava muito ocupado no momento e não poderia gravar entrevista. Uma mulher, que não quer ser identificada, tem um filho que estuda na mesma escola e teme pela segurança dele. ?A gente deixa os nossos filhos irem para a escola tendo a convicção e seguros de que os nossos filhos estão protegidos. Quando acontece um fato desse é muito preocupante. Dá até vontade de guardar os filhos dentro de casa e contratar professores particulares?, afirma.
O menino agredido diz que está com medo de voltar para o colégio. ?Quero estudar em outra escola?, diz.
A Diretoria de Educação de Juazeiro disse que a direção da escola está tentando identificar todos os alunos envolvidos na agressão e que ainda nesta terça-feira (9) vai entregar a lista com os nomes à Promotoria da Infância e da Juventude e ao Conselho Tutelar. A diretoria relata ainda que só vai tomar qualquer medida em relação aos estudantes depois de uma orientação da Promotoria.