Hospital é investigado por cobrar caução para internar garoto de 2 anos

Pai diz que filho com suspeita de pneumonia não foi atendido, em Goiânia. Dono da unidade de saúde alegou à polícia que caso não era emergência

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Polícia Civil está investigando o Hospital Lúcio Rebelo, em Goiânia, por, supostamente, ter cobrado um cheque-caução no valor de R$ 10 mil para internar uma criança de 2 anos, que estava com suspeita de pneumonia. Para registrar a denúncia na polícia, o pai se baseou no fato de que uma unidade de saúde, por lei, não pode fazer tal cobrança em casos de emergência.

O fato aconteceu no último dia 5 de março e virou um caso de polícia. O dono do hospital, Percival Xavier Rebelo, prestou depoimento no 8º Distrito Policial de Goiânia, nesta sexta-feira (15), e negou que o caso tenha se tratado de um atendimento de emergência. "Emergência são sofrimentos profundos, e urgência são sofrimentos que causa risco iminente de morte. A prova que não era emergência é que a criança está em casa", argumentou Rebelo.

O pai do garoto, Eduardo Alves de Oliveira, contou que o filho apresentou sintomas de pneumonia e o levou para ser internado. No entanto, o hospital recusou o atendimento alegando que o Ipasgo, plano de saúde da família, não havia liberado o procedimento porque o contrato ainda estava em período de carência.

"Foi aí que veio essa exigência do cheque-caução. Eu fiquei apavorado, sem saber o que fazer, preocupado com a vida e a saúde do meu filho. Não sei nem como falar, é muito constrangedor", disse o pai, emocionado.

Eduardo diz que, como não tinha cheque, precisou buscar atendimento em outro hospital. A criança foi atendida no Hospital Materno Infantil e, de lá, encaminhada para um hospital público, onde ficou internada por três dias.

O presidente do plano de saúde também foi à delegacia para dar esclarecimentos. De acordo com Francisco Taveira Neto, o órgão não recebeu nenhum pedido de internação neste dia e que neste tipo de procedimento de emergência, o paciente teria de ter sido internado de qualquer forma.

"Não houve, em momento algum, qualquer negativa do Ipasgo para qualquer procedimento de urgência e emergência para a criança. Nesses dois casos, não há carência", alega o diretor, explicando que esse prazo só existe para procedimentos eletivos e de doenças pré-existentes.

Investigação

O delegado responsável pelo caso, Waldir Soares, diz que tem provas e depoimentos suficientes para indiciar tanto a chefe clínica da internação como também o proprietário do hospital pela conduta de exigir o cheque-caução.

O delegado afirmou que recebeu com "estranheza" um documento do presidente do Ipasgo. No papel, com a data de quinta-feira (14), o Hospital Lúcio Rebelo solicitou tratamento clínico do paciente como se ele estivesse internado.

"Isso pode até configurar um crime mais grave, pois estavam solicitando o pagamento por um serviço que não foi prestado", explica Waldir Soares.

O delegado afirma que deve concluir as investigações até a semana que vem. Para isso, segundo ele, basta apenas ouvir mais alguns médicos.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES