A operação que desmontou um esquema bilionário de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro expôs a relação próxima entre o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como “TH Joias”, e Gabriel Dias Oliveira, o “Índio”, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa do Rio de Janeiro.
Registros obtidos pela coluna Na Mira, no Metrópoles mostram “Índio” enviando a TH Joias uma série de selfies com gestos carinhosos e provocativos. Nas imagens, ele aparece fazendo coração com as mãos, mandando beijinhos e até posando com expressões sensuais e olhar sedutor.
Em outro vídeo, gravado em uma casa no Complexo do Alemão, a intimidade entre os dois fica ainda mais evidente. “Índio” aparece deitado em uma cama, vestindo apenas um short, enquanto sorri para o celular. Ao lado, TH Joias acaricia a coxa do traficante.
A investigação
Segundo a Polícia Federal, as conversas interceptadas no âmbito da Operação Zargun indicam que “Índio” repassou R$ 148 mil ao ex-deputado, além de prometer outros R$ 90 mil a um advogado ligado ao grupo, em troca de proteção política e jurídica.
TH Joias, que já havia sido preso em 2017, foi localizado em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, onde foram apreendidos cerca de R$ 5 milhões em espécie. A operação, deflagrada em 3 de setembro com apoio da Polícia Civil do RJ, resultou em 15 prisões, incluindo três policiais militares e até um delegado da própria PF, detido no Aeroporto Internacional do Rio.
“Índio” deve ser transferido para um presídio federal de segurança máxima. As investigações indicam que, sozinho, ele movimentou mais de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos, negociando drogas e armas no Brasil e no exterior. Já TH Joias é apontado como o braço político da facção, responsável por oferecer influência e blindagem em comunidades controladas pelo CV.