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Justiça manda soltar motorista de Porsche acusado de matar motoboy

Igor Ferreira Sauceda usará tornozeleira eletrônica, teve a carteira de habilitação suspensa, não poderá sair da cidade de São Paulo

Igor Sauceda (à esquerda) foi acusado de usar seu Porsche amarelo para atropelar e matar motociclista Pedro Figueiredo (à direita) em São Paulo | — Foto: Reprodução
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Após dez meses preso, o empresário Igor Ferreira Sauceda, de 28 anos, deixou a cadeia no sábado (31) por decisão da Justiça. Ele responde pelo atropelamento e morte do motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, em julho de 2024, na Zona Sul de São Paulo.

VAI USAR TORNOZELEIRA

Mesmo em liberdade, o motorista terá que seguir uma série de medidas. Ele usará tornozeleira eletrônica, teve a carteira de habilitação suspensa, não poderá sair da cidade de São Paulo por mais de uma semana sem autorização e entregou o passaporte, ficando impedido de sair do país.

A decisão da 3ª Vara do Júri da capital foi tomada na sexta-feira (30). A Justiça atendeu ao pedido da defesa, que argumentou que Igor colaborou com as investigações e não ameaçou testemunhas — pontos antes usados pelo Ministério Público para justificar a prisão preventiva.

DIRIGIA EM ALTA VELOCIDADE

Segundo laudo da perícia, Igor dirigia o Porsche a mais de 100 km/h quando atingiu a moto da vítima por trás na Avenida Interlagos, onde o limite de velocidade é de 50 km/h. Imagens de câmeras de segurança mostram o carro perseguindo o motoboy antes da colisão. Pouco antes do acidente, Pedro teria quebrado o retrovisor do carro durante uma discussão no trânsito.

Pedro, de 21 anos, foi socorrido, mas morreu no hospital por causa de politraumatismo e hemorragia cerebral. A perícia indicou que ele havia consumido bebida alcoólica antes do acidente.

O caso continua na Justiça. Em fevereiro, foi marcada a audiência de instrução, etapa em que testemunhas são ouvidas e o réu é interrogado. Agora, Igor responderá ao processo em liberdade.

O Ministério Público acusa o motorista por homicídio doloso triplamente qualificado — por motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima — e pede que ele vá a júri popular. A Promotoria também solicitou à Justiça um valor mínimo de indenização à família da vítima, alegando que Pedro era casado e sua esposa estava grávida na época do crime. O MP defende pena superior a 18 anos de prisão.

A Secretaria da Administração Penitenciária confirmou a saída de Igor do Centro de Detenção Provisória de Guarulhos após a revogação da prisão. A defesa informou que não irá comentar o caso no momento.


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