Por maioria de votos, a Auditoria da Justiça Miliar absolveu o sargento Rafael Chaves Oliveira e os cabos Rodrigo Correia Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano, acusados de manipular a cena do crime que resultou na morte de Kathlen Romeu, no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio, em junho de 2021. A decisão foi tomada na tarde desta terça (5), durante sessão do Conselho Especial de Justiça.
Votos
A sessão durou pouco mais de quatro horas e teve apenas um voto pela condenação, dado pelo juiz Leonardo Picanço. “Houve inovação artificiosa no local do crime como comprovado nos autos. A prova técnica mostra que não houve confronto”, afirmou o magistrado. Os outros quatro votos, todos de oficiais da PM, foram pela absolvição por falta de provas.
Acusação
A promotoria já havia solicitado a absolvição do capitão Jeanderson Corrêa Sodré e do cabo Cláudio da Silva Scanfela por insuficiência de provas. Além disso, quatro policiais também foram inocentados da acusação de falso testemunho, e todos os envolvidos foram absolvidos por supostamente terem recolhido cápsulas de fuzil do local. As defesas alegaram que a acusação era baseada em suposições e generalizações.
Júri
Apesar da absolvição na Justiça Militar, Rodrigo Frias e Marcos Salviano ainda irão a júri popular em outro processo relacionado ao caso. A data do julgamento ainda não foi definida. Os dois estavam em patrulhamento na área quando a jovem foi atingida por um disparo de fuzil no tórax.
O que aconteceu
Segundo o Ministério Público, com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), os três PMs teriam inserido cartuchos de pistola 9mm na cena do crime para reforçar a versão de confronto, o que configuraria fraude processual. Familiares e amigos de Kathlen fizeram um protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Rio pedindo justiça horas antes da audiência.
Quem era Kathlen
Kathlen Romeu, de 24 anos e grávida de três meses, foi morta durante uma ação policial enquanto visitava a avó. A versão inicial da PM alegava troca de tiros, mas investigações e relatos de moradores contestaram essa narrativa. O caso gerou comoção e se tornou símbolo da cobrança por responsabilização em ações policiais com vítimas civis. (Com informações do G1)