O assassinato do ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, Everton Pereira Fagundes da Conceição, conhecido como Everton Boi, de 46 anos, causou comoção e revolta em Cuiabá (MT). Ele foi morto a tiros dentro de um carro, em plena luz do dia, em um crime marcado pela frieza e execução calculada.
Quem era Everton Boi?
Natural de Várzea Grande, Everton construiu uma carreira de destaque no voleibol nacional e internacional. Conhecido pelo apelido de “Boi”, foi campeão mundial infantojuvenil, campeão sul-americano juvenil e também conquistou a Liga Nacional, além de outros títulos expressivos. Atuava como oposto, posição estratégica na linha de ataque, e começou no esporte ainda na adolescência.
Everton era filho do ex-goleiro João Fagundes da Conceição, o “Fagundão”, que defendeu o Operário Várzea-grandense nos anos 1980.
Quem é o suspeito?
O principal suspeito do crime é Idirlei Alves Pacheco, de 40 anos, que se entregou à Polícia Civil nesta segunda-feira (14), um dia após a Justiça decretar sua prisão temporária. Em depoimento, ele alegou que suspeitava de uma suposta tentativa de extorsão, envolvendo sua ex-mulher e Everton, motivada pela disputa de bens após a separação.
Como o crime aconteceu?
Segundo a investigação, Everton e Idirlei estavam no mesmo veículo, uma caminhonete que pertenceria ao suspeito. Everton teria sido feito refém e foi baleado com pelo menos três tiros dentro do carro.
O crime ocorreu na última quinta-feira (11), no bairro República do Líbano, em frente a um posto de combustível. Após ser alvejado, Everton perdeu o controle do veículo, que colidiu com outro carro. Em seguida, o suspeito fugiu do local a pé.
Qual era a relação entre vítima e suspeito?
Everton e Idirlei seriam amigos, segundo a polícia. O suspeito teria se aproveitado da relação de confiança para armar uma emboscada, pedindo que o ex-jogador o levasse a um local específico. A polícia investiga se havia um relacionamento amoroso entre Everton e a ex-esposa de Idirlei, o que poderia ter motivado o crime por ciúmes.
Linhas de investigação
A Polícia Civil trabalha com duas hipóteses:
Crime passional — motivado por um suposto envolvimento amoroso entre Everton e a ex-companheira do suspeito.
Extorsão — versão apresentada por Idirlei, que afirmou ter desconfiado de um plano entre a ex-mulher e Everton para tirar vantagem financeira na partilha de bens.
O delegado Caio Albuquerque, responsável pelo caso, informou que tanto o suspeito quanto a ex-mulher já foram ouvidos. Exames periciais estão sendo realizados, e o inquérito segue em andamento.
O que ainda não foi esclarecido?
A motivação exata do crime ainda é incerta. A polícia investiga se há outros envolvidos, bem como o papel da ex-companheira de Idirlei no caso. O depoimento detalhado do suspeito e novos elementos da perícia serão decisivos para esclarecer o homicídio que abalou a comunidade esportiva e a população mato-grossense.