A corregedoria do Detran-RJ (Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro), o Ministério Público e a polícia civil realizaram nesta sexta-feira (18) uma operação para combater esquema de fraude no órgão de trânsito. Até 15h, ao menos 89 pessoas já tinham sido detidas
A operação cumpre 122 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão expedidos contra funcionários, prestadores de serviço do Detran e despachantes em 17 cidades do Estado.
Segundo o delegado e corregedor do Detran, David Anthony Alves, este é considerado o maior esquema de corrupção já detectado no órgão. De acordo com o Detran, a quadrilha chegava a lucrar cerca de R$ 2 milhões por mês.
Na capital fluminense, a chamada Operação Cruzamento ocorreu em 29 bairros. Segundo a investigação, o esquema aprovava veículos na vistoria regular obrigatória mesmo que eles não tivessem as condições mínimas para trafegar. A corregedoria do órgão já identificou 700 carros que foram usados na fraude.
Os proprietários faziam pagamento de propina em dinheiro a funcionários de postos de vistoria do Detran na capital, região metropolitana e Baixada Fluminense para obter a liberação.
Segundo o Detran, as fraudes praticadas variavam de R$ 50 a R$ 1.000 por negociação. O preço variava por cliente, grau de dificuldade, o número de fraudadores envolvidos ou da quantidade de serviços ilegais solicitados. A atuação foi flagrada em escutas telefônicas.
O MP denunciou 181 pessoas pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema informatizado e supressão de documento público. Destes, foi solicitada a prisão preventiva de 122.
A quadrilha atuava em postos de vistoria do Detran de Santa Cruz, Campo Grande, Barra da Tijuca, Ceasa (Irajá), Belford Roxo, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Vila Isabel e Sede, funcionando de forma regionalizada, com núcleos nestas localidades e efetiva ligação entre si.
Outras 59 pessoas, já denunciadas, poderão ser presas nos próximos dias caso não paguem fiança estabelecida pela Justiça.