Com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro, a Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (31), a oitava fase da Operação Overclean. As ações ocorreram em Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO), com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB).
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores obtidos de forma ilícita, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informações do blog de Camila Bomfim, Danilo Pinto da Silva e Éder Martins Fernandes, ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins, foram presos durante a operação. Os investigados poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
Entre os alvos estão:
Claudinei Aparecido Quaresemin – ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos do Tocantins;
Éder Martins Fernandes – ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins;
Itallo Moreira de Almeida – ex-diretor da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia;
Luiz Cláudio Freire de Souza França – advogado e secretário-geral do Podemos.
Outras fases da operação
A primeira fase da Operação Overclean, deflagrada em 10 de dezembro de 2024, investigou o direcionamento de recursos públicos — provenientes de emendas parlamentares e convênios — para empresas e indivíduos ligados a prefeituras da Bahia.
De acordo com as investigações, houve desvio e superfaturamento em obras públicas, movimentando cerca de R$ 1,4 bilhão. O esquema contava ainda com o apoio de policiais, que repassavam informações sigilosas sobre as apurações da PF à organização criminosa.
Nas fases seguintes, as ações resultaram no afastamento de autoridades e no bloqueio de bens. Na quarta fase, em junho de 2025, os prefeitos de Ibipitanga, Humberto Rodrigues de Oliveira, e de Boquira, Alan Machado, foram afastados por suspeita de desvio de emendas.
Já a quinta fase, em julho de 2025, investigou a manipulação de licitações em Campo Formoso (BA) e, diante da tentativa de obstrução das investigações, o STF determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões.
Mais recentemente, na sétima fase, em outubro, um agente público foi afastado, e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cidades da Bahia e do Rio de Janeiro.