A polícia do Rio de Janeiro prendeu, na madrugada desta quarta-feira, o dono da concessionária da Volkswagen em São Luís, no Maranhão, Alessandro Martins. Ele tinha prisão decretada desde o dia 1º e sua busca foi divulgada pela polícia, que chegou a oferecer recompensa de R$ 2 mil para quem contribuísse com o trabalho da PM por meio do Disque Denúncia.
O empresário era investigado havia um ano por suspeita de envolvimento em uma série de crimes decorrentes da revenda de 1.407 veículos de forma irregular. "É evidente que existe uma ramificação de crimes neste sentido, tanto na questão do consumidor, como na questão da sonegação fiscal", afirmou Augusto Cutrim, um dos promotores que investigam o caso.
O principal golpe apontado pelo Ministério Público é que o empresário compraria os veículos em nome de locadoras porque estas empresas têm desconto de 30% sobre o valor do bem, e os revendia para os clientes como se fossem veículos da concessionária. Assim, oferecia descontos e conseguia ter um grande volume de vendas.
As investigações do Ministério Público mostram que os donos das locadoras não sabiam da ação do empresário. O promotor acredita que ele fazia parte de uma organização criminosa cujo lucro seria em torno de R$ 20 milhões.
Na terça-feira, durante operação em São Luiz, no Maranhão, a polícia prendeu ainda outras quatro pessoas que teriam ligação com a revenda dos carros, entre elas um ex-capitão da PM que foi chefe de informática do Detran em São Luís e ajudava a legalizar os carros vendidos de forma irregular. A polícia prendeu também, em Brasília, um funcionário da montadora e procura por outro funcionário foragido em São Paulo.
Na operação foram apreendidos cinco veículos do empresário, entre eles uma Ferrari, somando um valor de R$ 3,2 milhões. O apartamento onde o suspeito morava, em São Luís, segundo a polícia, é avaliado em R$ 4,5 milhões.
O empresário está preso no 14º DP, no Leblon, no Rio de Janeiro. Ele será transferido nesta quarta-feira para a penitenciária de Pedrinhas, em São Luiz.