A Polícia Civil investiga a possibilidade de que a professora de pilates Larissa Rodrigues, encontrada morta em março deste ano em seu apartamento, tenha sido envenenada de forma gradual pela sogra. O caso ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira (6), com a prisão temporária de Elizabete Arrabaça e de seu filho, o médico Luiz Antonio Garnica, marido da vítima. Ambos respondem por homicídio qualificado.
Segundo o delegado Fernando Bravo, responsável pela investigação, Larissa relatou a amigos que frequentemente passava mal após visitas da sogra. “Isso é um indicativo de que ela foi sendo envenenada aos poucos, o que corrobora todas as informações que pegamos — ter passado mal durante a semana, após a visita da sogra”, afirmou o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, Elizabete foi a última pessoa a ver Larissa com vida, na véspera de sua morte. O laudo toxicológico confirmou a presença de carbamato (conhecido popularmente como chumbinho) no corpo da vítima, uma substância altamente tóxica e de uso proibido em produtos domésticos.
Outro elemento considerado suspeito pela investigação é o fato de Elizabete ter feito uma ligação para uma amiga perguntando especificamente sobre o veneno chumbinho dias antes da morte de Larissa.
O laudo toxicológico apontou a presença de chumbinho no corpo da professora. A polícia também descobriu que a sogra ligou para uma amiga para perguntar sobre esse tipo de veneno. O toxicologista Daniel Junqueira Dorta, professor do Departamento de Química da USP, destacou a gravidade da ingestão do chumbinho.
"Chumbinho é da classe das substâncias usadas como praguicidas, porém não é uma substância de venda livre no Brasil para uso doméstico, é uma venda restrita, de difícil acesso. Ele leva a uma crise colinérgica [perda da função motora] e, dependendo da extensão e da intensidade dessa crise, pode levar a diversos fatores, inclusive, podendo culminar na morte do indivíduo", afirmou.