Ronnie Lessa diz que matou Marielle por promessa de chefiar nova milícia

Loteamentos ficariam em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e seriam negócio milionário para Lessa, que atuaria como o chefe da milícia no local

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Ronnie Lessa durante delação à PF | Foto: Reprodução/TV Globo

O Fantástico obteve com exclusividade o vídeo da delação de Ronnie Lessa. O ex-policial militar, um dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, confessa o crime pela primeira vez e revela os mandantes. Além disso, ele descreve o planejamento do crime e o valor que receberia pela execução de Marielle.

Ronnie Lessa falou por duas horas sobre o plano para assassinar a vereadora, explicando como acreditava que essa proposta criminosa seria a oportunidade da sua vida. "Não é uma empreitada, para você chegar ali, matar uma pessoa, ganhar um dinheirinho... Não", afirmou. 

O PLANO

Ronnie Lessa identificou os mandantes como Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. De acordo com Lessa, como pagamento, eles ofereceram a ele e a um de seus comparsas, Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira), um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais. 

Ronnie Lessa indicou aos investigadores, utilizando imagens de satélite, as áreas onde supostamente seriam criados os loteamentos. No relatório das investigações, a Polícia Federal afirma que não encontrou evidências concretas de um plano para ocupar a área. Lessa não especificou quando a ocupação começaria, mas mencionou que os irmãos Brazão prometeram que ele seria um dos proprietários do empreendimento criminoso.

A defesa de Domingos Brazão diz que não existem elementos que sustentem a versão de Lessa e que não há provas da narrativa apresentada. Os advogados de Chiquinho afirmam que a delação de Lessa "é uma desesperada criação mental na busca por benefícios, e que são muitas as contradições, fragilidades e inverdades".

RIVALDO BARBOSA

Ronnie Lessa também declarou que Domingos Brazão teria afirmado que o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Delegacia de Homicídios do Rio, participava do plano e atuou para tentar protegê-los da investigação após o assassinato. 

"Falaram o tempo todo que o Rivaldo estava vendo, que o Rivaldo do já está redirecionando e virando o canhão para outro lado, que ele teria de qualquer forma que resolver isso, que já tinha recebido pra isso no ano passado, no ano anterior, ele foi bem claro com isso: 'ele já recebeu desde o ano passado, ele vai ter que dar um jeito nisso'. Então ali, o clima já estava um pouco mais tenso, a ponto até mesmo na forma de falar", relatou Lessa. 

O advogado de Rivaldo Barbosa afirmou que seu cliente nunca teve contato com os supostos mandantes do crime e que não há qualquer registro de recebimento de valores ilícitos. Além disso, criticou a atuação da Polícia Federal, alegando que o relatório da investigação se baseia unicamente nas palavras de um assassino, sem provas concretas.



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