Tiro que matou soldado partiu da base militar do Complexo Alemão

O Exército já descartou a hipótese de que o tiro tenha sido disparado de algum ponto da comunidade

Morro do Alemão no Rio | Divulgação
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O Exército confirmou nesta quarta-feira que o tiro que matou o soldado Irving Vianna Martins dos Santos foi disparado dentro da base em que ele trabalhava, por um integrante da própria corporação. O solado, que trabalhava na Força de Pacificação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, morreu na segunda-feira com um tiro na cabeça.

Segundo a assessoria da Força de Pacificação, o Exército já descartou a hipótese de que o tiro tenha sido disparado de algum ponto da comunidade ou ter partido do próprio soldado. "Não vamos dar conclusões sobre o inquérito que está em andamento, mas podemos afirmar que o tiro partiu do interior da base", disse o major Fabiano de Carvalho, relações públicas do Exército.

De acordo com ele, as denúncias de que os soldados estariam exaustos e não teriam experiência para atuar nesse tipo de situação também foram descartadas. "A gente está com todo o efetivo aqui para demonstrar a presença das forças. Isso faz parte da estratégia de ocupação. Por isso eles não saíram para suas casas, mas todos têm período de descanso e dormem no mínimo 8 horas", disse o major.

Sobre a falta de experiência, ele afirmou que todos os solados têm treinamento e condições de participar desse tipo de operação. "O próprio Irving tinha três anos de experiência", disse ao ressaltar que muitos militares participaram de ações de paz no Haiti.

Segundo o Exército, o inquérito deve ser concluído no máximo em 40 dias.

Violência no Rio

O Complexo do Alemão está ocupado pelas forças de segurança desde o dia 28 de novembro. A tomada do local aconteceu praticamente sem resistência numa ação conjunta da Polícia Militar, Civil, Federal e Forças Armadas. A polícia investiga uma possível fuga de traficantes pela tubulação de esgoto do Alemão antes dos policiais subirem o morro. Na quinta, 25 de novembro, a polícia assumiu o comando da Vila Cruzeiro, na Penha. Ambos dominados, até então, pela facção criminosa Comando Vermelho. As ações foram uma resposta do Estado a uma série de ataques, que começou na tarde do dia 21 de novembro. Em uma semana, pelo menos 39 pessoas morreram e mais de 180 veículos foram incendiados por criminosos nas ruas do Rio de Janeiro.

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