Traficante Matemático é enterrado sob aplausos e muita emoção

Matemático foi morto durante uma operação conjunta das polícias Civil, Federal e Militar na madrugada de sábado (12).

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Cerca de 250 pessoas acompanharam o enterro do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, por volta de 11h deste domingo (13), no cemitério Jardim da Saudade de Paciência, zona oeste do Rio. Sob aplausos e muita emoção de parentes e amigos, o criminoso foi enterrado com a bandeira do Vasco. Três ônibus e duas vans fretados levaram os familiares e amigos para o cemitério.

Matemático foi morto durante uma operação conjunta das polícias Civil, Federal e Militar na madrugada de sábado (12). Ele foi encontrado dentro de um carro preto em um dos acessos à favela Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste. O traficante tinha 11 mandados de prisão e pelo menos 26 anotações criminais, entre tráfico de drogas e homicídios.

Policiais militares foram até o cemitério para reforçar a segurança. De acordo com a PM, suspeitos foram vistos do alto de um morro de acesso à favela do Aço, em Santa Cruz, que seria um dos redutos do traficante.

Durante a cerimônia, um cinegrafista da TV Bandeirantes foi agredido por chegar perto do caixão para filmar. Um homem que estava perto do caixão deu tapas, chutes e bateu na câmera do profissional.

O cinegrafista fez imagens da agressão e, após a confusão, se afastou do local.

Rival preso

Um traficante foi preso na madrugada deste domingo na rua Visconde de Niterói, próximo a um dos acessos à favela da Mangueira, zona norte do Rio, quando seguia para a favela do Mandela para comemorar a morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático.

Os policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Mangueira suspeitaram do homem e pararam o veículo em que ele estava. No carro, os PMs encontraram drogas.

O homem apresentou uma identidade falsa, mas, na delegacia, foi constatado que o documento não era dele.

O criminoso confessou ser um dos gerentes do tráfico de drogas da Vila Kennedy, em Bangu, zona oeste do Rio. Ele contou aos policiais que estava indo comemorar a morte do traficante rival.

O caso foi registrado na Delegacia da Cidade Nova (6ª DP).

Favelas ocupadas pela PM

Após a morte de Matemático, a Polícia Militar ocupou por tempo indeterminado as favelas da zona oeste do Rio que eram dominadas pelo traficante. Com a ocupação, os PMs esperam desarticular a quadrilha chefiada por Matemático. Há cinco meses a PM já ocupa as favelas Coreia, Rebu, Taquaral e Sapo, em Senador Camará, para prender Matemático e os seus comparsas. Policiais do Batalhão de Bangu (14º BPM), do BPchq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) patrulham os principais acessos às comunidades.

Após a morte do traficante, o subchefe de Polícia Civil, o delegado Fernando Veloso, deu um recado aos comparsas de Matemático que continuam nas favelas da região.

? Os criminosos do 2º escalão podem achar que vão ascender uma posição privilegiada no tráfico. Talvez eles consigam, mas podem parar aonde ele [o Matemático] parou. Vai depender da opção deles.

Um dos traficantes que participaram do confronto deste sábado já foi identificado e está sendo procurado.

Tiros de helicóptero

Os tiros que mataram o traficante Matemático partiram de um helicóptero da Polícia Civil. A equipe de policiais civis que estava no helicóptero, pilotado pelo policial Adonis Oliveira, partiu para o complexo ainda de madrugada após informação passada por policiais federais de que o criminoso estava circulando num Logan prata com outros três comparsas. Os policiais passaram a sobrevoar a região e comunicaram ao Batalhão de Bangu (14º BPM), que mandou equipes de apoio por terra.

Após localizarem o carro, os policiais deram rasantes e houve a primeira troca de tiros. Segundo Adonis, a aeronave chegou a ficar entre 20 e 60 m do veículo para que os agentes conseguissem disparar suas armas com maior precisão. Dois policiais atiraram de dentro do helicóptero com fuzis de calibres 556 e 775.

? Achamos que quem dirigia era o Matemático. Assim que nos avistaram, por volta de 11h30 de ontem [sexta-feira], eles começaram a atirar para cima do helicóptero. Nós revidamos. Os traficantes aceleraram o carro a mais de 100 km/h para tentar escapar e bateram em um muro de uma casa. De acordo com as primeiras informações, o Matemático teria ficado preso entre as ferragens e teve ajuda para sair.

Por segurança, Adonis retomou altitude com a aeronave e os bandidos fugiram a pé. O helicóptero foi atingido por estilhaços de bala e passará por perícia. Matemático foi encontrado por volta de 5h30 deste sábado dentro do Gol preto, que teria sido usado pelo criminoso para fugir da favela. Um homem que estava na comunidade e também atirou contra os policiais foi preso.

Busca pelo traficante

No início do mês, a recompensa para informações que levassem à prisão de Matemático passou de R$ 3.000 para R$ 10 mil.

A polícia já tinha capturado dois importantes membros da quadrilha do traficante: Joãozinho Olho de vidro foi preso em 20 de abril pela DRF (Delegacia de Roubos e Furtos). Diretor da unidade, o delegado Rodrigo Santoro informou que ele comandava sequestros de familiares de gerentes de bancos para financiar as tentativas de invasão à Vila Kennedy, cujos pontos de venda de drogas eram cobiçados por Matemático.

No dia 19 de abril, quem desfalcou a quadrilha foi um bandido conhecido como Marcha Lenta. De acordo com o comandante do 14º BPM, que fez a prisão, ele seria o responsável pela contabilidade das bocas de fumo. No mesmo dia foi localizado um esconderijo subterrâneo na casa da sogra do "contador" de Matemático.

No dia 1º de abril, uma mulher apontada como namorada do traficante foi baleada e presa durante operação na favela da Coreia. Após prestar depoimento, ela foi liberada.

Além das comunidades da zona oeste, organização criminosa que era chefiada por Matemático tem entre os principais redutos as favelas Vila do João, Vila dos Pinheiros, Conjunto Esperança, Salsa e Merengue, Timbau e Baixa do Sapateiro, no complexo Maré; morro da Serrinha, em Madureira; Acari; Para-Pedro, em Colégio; Parada de Lucas e Vigário Geral; e morros do Dendê, Querosene, Parque Royal, Guarabu e Nova Bancários, na Ilha do Governador (zona norte).



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