A Justiça decidiu manter preso o sargento da Polícia Militar Renato Cesar Guimarães Pina, de 42 anos, suspeito de assassinar a esposa, Shayene Araújo Alves dos Santos, de 27. O crime aconteceu na última terça-feira (16), em Maricá, Região dos Lagos do Rio.
Renato foi preso em flagrante e, após audiência de custódia nesta quarta-feira (17), teve a prisão convertida em preventiva. Segundo a decisão judicial, o fato de o crime ter sido cometido na presença dos filhos da vítima aumenta a gravidade da conduta. O juiz Rafael de Almeida Rezende destacou ainda que a liberdade do policial poderia intimidar testemunhas e atrapalhar as investigações.
A versão que não se sustentou
Inicialmente, o sargento contou que Shayene teria pegado a arma a pedido dele e disparado contra si mesma por acidente. A versão caiu por terra diante das provas e contradições no depoimento. Diante disso, o militar optou pelo silêncio.
De acordo com o delegado Willians Batista, a investigação revelou que o caso não foi acidente. A cena do crime, o corpo da vítima e os relatos de testemunhas apontaram para um histórico de agressões.
“Ele agredia, ameaçava com arma de fogo e já havia disparado próximo à vítima em outras ocasiões. Esse histórico de violência culminou no feminicídio”, afirmou Batista.
Um histórico de medo e violência
Shayene já tinha sido vítima de agressões antes. Vídeos entregues pela família mostram o sargento batendo nela grávida e apontando uma arma para o seu rosto em 2024. Vizinhos relataram ouvir gritos antes do disparo fatal.
O casal estava junto há cerca de três anos. Eles tinham um bebê de sete meses e moravam também com o filho de 9 anos de Shayene, de um relacionamento anterior. Dentro da casa, a polícia apreendeu uma pistola e 14 munições.
Shayene chegou a ser levada pelo próprio marido ao Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, mas não resistiu ao tiro na nuca. Ela sofreu uma parada cardíaca e morreu. Renato foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e transferido, em seguida, para a Unidade Prisional da PM, onde seguirá preso enquanto o caso é investigado.