As eleições distritais na Namíbia ganharam destaque internacional por causa do nome de um dos candidatos: Adolf Hitler Uunona, que voltou a ser eleito como conselheiro regional. Ele garantiu mais um mandato no distrito de Ompundja, localizado na região de Oshana.
Nesta semana, em entrevista ao jornal The Namibian, Uunona revelou que retirou oficialmente o nome “Hitler” de seus documentos. Segundo ele, seu pai não conhecia o peso histórico do nome — associado ao líder nazista alemão — e, ainda na infância, o considerava algo comum.
“Quando criança, para mim era apenas um nome como qualquer outro. Só mais tarde percebi quem havia sido aquele homem e o que ele representava. Eu não tenho nenhuma ligação com isso”, afirmou.
Mesmo carregando um nome controverso, Adolf Uunona é uma figura bastante respeitada na política local. Esta é sua quinta reeleição consecutiva no pequeno distrito de Ompundja, que reúne pouco mais de 5 mil moradores no norte do país. Em 2020, ele venceu com expressivos 85% dos votos.
Nomes de origem alemã, como Adolf, são relativamente comuns na Namíbia, reflexo do período de colonização alemã no fim do século 19. A presença alemã no território deixou marcas profundas, incluindo o genocídio dos povos herero e nama — oficialmente reconhecido pela Alemanha em 2021. O domínio alemão se estendeu até 1914/1915, sendo sucedido pelo controle sul-africano, que perdurou até 1990, ano da independência namibiana.