Após soltura, Valdemar encara desafio duplo: investigação da PF e PL rachado

A operação para libertar Valdemar envolveu esforços de parlamentares, autoridades e até do ex-presidente Michel Temer (MDB)

Valdemar Costa Neto - presidente do PL | REUTERS/Adriano Machado
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Na sequência da megaoperação da Polícia Federal (PF) que investiga uma tentativa de golpe, Valdemar Costa Neto, líder do PL, tornou-se o segundo alvo de destaque. Após dois dias de prisão, Valdemar foi solto e, aparentemente calmo, declarou: "Foi bem, foi tranquilo". Entretanto, aliados relataram seu desespero quando, durante a busca em seu apartamento, os agentes o flagraram com posse ilegal de arma e usurpação mineral, transformando o caso em prisão preventiva por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação para libertar Valdemar envolveu esforços de parlamentares, autoridades e até do ex-presidente Michel Temer (MDB), segundo informações da revista Veja. Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro e atual advogado do ex-presidente, destacou-se nas movimentações que resultaram na expedição do alvará de soltura.

Valdemar estava sob investigação desde novembro de 2022, quando solicitou ao TSE a anulação de votos de urnas que, segundo ele, apresentaram mau funcionamento. O ministro Alexandre de Moraes, em despacho autorizando a Operação Tempus Veritatis, indicou a participação direta do PL e de Valdemar nos crimes investigados, alegando que a representação anterior tinha a intenção de fundamentar a tentativa de golpe.

Críticas ao PL

Após a prisão de Valdemar, políticos da oposição aproveitaram para direcionar críticas ao PL. O senador Humberto Costa (PT-PE) protocolou um pedido na PGR para investigar o partido e cassar seu registro, argumentando que o uso de recursos públicos em ações golpistas pode justificar tal medida.

A possibilidade de cancelar um partido político está prevista em resolução do TSE de 2018, com quatro hipóteses, incluindo o recebimento de recursos estrangeiros e a manutenção de organização paramilitar. Contudo, representantes do tribunal consideram difícil enquadrar o PL como grupo paramilitar.

PL dividido?

A operação da PF e a condução do inquérito por Alexandre de Moraes levantam especulações sobre uma possível tentativa de enfraquecer o PL, o maior partido de oposição à esquerda. Valdemar, agora, enfrenta complicações judiciais e a necessidade de lidar com divisões internas no partido.

Além disso, a determinação de Moraes proíbe os investigados, incluindo Valdemar, de se comunicarem. Isso pode impactar os planos eleitorais, pois Valdemar não poderia conversar com Bolsonaro, principal cabo eleitoral do partido.

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