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Assembleia avalia multa pesada para quem levar bebê reborn ao SUS; proibição é dura!

Bonecos reborn despertam atenção do Legislativo e motivam projetos de lei em estados brasileiros.

Febre do bebê reborn causa preocupação quanto a saúde mental da população. | Foto: Reprodução
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Conhecidos pelo realismo impressionante com que reproduzem bebês recém-nascidos, os bonecos reborn têm conquistado não só colecionadores e o público das redes sociais, mas também virado assunto de pauta em projetos de lei em assembleias estaduais e câmaras municipais. Embora ainda não haja propostas sobre o tema no Congresso Nacional, o debate já está em curso em diferentes esferas do Legislativo local, envolvendo desde o uso do boneco em contextos de saúde mental até medidas restritivas no setor público.


PL EM MINAS GERAIS

O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG) apresentou, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o PL 3.757/2025, que busca impedir que unidades públicas de saúde realizem qualquer tipo de atendimento a objetos inanimados, incluindo os bebês reborn. O parlamentar propõe que, em caso de descumprimento, o responsável pela conduta seja penalizado com multa de até dez vezes o valor do serviço prestado, recurso que seria direcionado ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.

A proposta surgiu após um episódio em que uma mulher levou seu boneco reborn a um posto de saúde alegando que ele estaria com febre. Caporezzo considera o caso um exemplo dos riscos do que define como "distopia generalizada", e cita situações em que a "tutela" desses bonecos foi debatida judicialmente em processos de separação e partilha de bens.

"Infelizmente, os devaneios da sociedade contemporânea colocam em perigo todo o povo de Minas Gerais", afirmou o parlamentar.

Caporezzo, que ganhou visibilidade ao ser associado à frase em inglês lida por Jair Bolsonaro em manifestação pró-anistia – “Popcorn and ice cream sellers sentenced for coup d’État in Brazil” –, volta agora ao debate público com essa proposta que confronta diretamente a presença simbólica dos reborns na esfera pública.


SAÚDE MENTAL EM FOCO

Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o deputado Rodrigo Amorim (União) propôs o PL nº 5357/2025, que pretende criar um programa de acolhimento psicológico voltado a pessoas com vínculos emocionais intensos com bonecos reborn.

A ideia central do projeto é prevenir quadros de depressão, tendências suicidas e alienação social, além de oferecer acompanhamento com profissionais como psicólogos, terapeutas e assistentes sociais. Amorim ressalta que os reborns podem ter função terapêutica em casos de luto, mas alerta para os riscos de uma relação afetiva excessiva com o boneco.

"Os bebês reborn não podem se tornar objetos que afastem as pessoas do convívio social ou da realidade concreta. É necessário oferecer apoio para que esse vínculo simbólico não evolua para uma relação patológica", argumenta o deputado.


HOMENAGEM ÀS ARTESÃS

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou no dia 7 de maio o PL nº 1892/2023, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), que propõe incluir no calendário oficial da cidade o Dia da Cegonha Reborn, a ser comemorado anualmente em 4 de setembro. A proposta aguarda agora a sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes.

A data visa homenagear as artesãs que confeccionam os bonecos reborn, chamadas de "cegonhas", responsáveis por produzir peças com alto nível de detalhamento. Esses bonecos são pintados manualmente, possuem cabelos implantados fio a fio, e seu peso se aproxima ao de um recém-nascido, características que reforçam seu apelo emocional e estético.


ENTRE O AFETO E A POLÊMICA

Celebridades como Britney Spears, Gracyanne Barbosa e padre Fábio de Melo já declararam publicamente seu apreço pelos reborns. Embora frequentemente usados como ferramenta terapêutica em processos de luto ou apoio emocional, esses bonecos também protagonizam conteúdos que simulam rotinas maternas, como parto, amamentação, cuidados e escolha de nomes.

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