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Áudios ligam irmã de Milei a propina e polícia cumpre mandados em Buenos Aires

Até o momento, a Casa Rosada não se pronunciou sobre a operação nem sobre as acusações que colocam o governo sob pressão.

Javier e Karina Milei, a irmã do presidente é chamada de 'chefe'. | Foto: Reprodução/Twitter
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A Polícia da Cidade de Buenos Aires cumpriu, nesta sexta-feira (22/8), 14 mandados de busca em endereços ligados a um suposto esquema de corrupção que envolve nomes próximos ao presidente da Argentina, Javier Milei. Entre os citados está a irmã do mandatário e secretária-geral da Presidência, Karina Milei.

Alvos da operação

As diligências ocorreram na Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), órgão federal responsável por políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência, e na farmácia Suizo Argentina, além de residências de investigados. A ação foi determinada pelo juiz federal Sebastián Casanello, a pedido do procurador Franco Picardi.

Na casa do empresário Emmanuel Kovalivker, dono da farmacêutica, foram encontrados quase US$ 200 mil em espécie, além de documentos, contratos e computadores. Dentro de um veículo ligado ao empresário, policiais também localizaram “uma grande quantia de dólares em envelopes”.

Origem das suspeitas

As investigações ganharam força após o vazamento de áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da ANDIS, afastado do cargo na quinta-feira (21/8). Nas gravações, ele descreve um suposto sistema de cobrança de propinas envolvendo aliados de Milei.

Tenho todas as mensagens de WhatsApp de Karina”, declarou Spagnuolo em um dos trechos, afirmando ainda que teria comunicado o próprio presidente sobre a prática para tentar interromper o esquema. Segundo ele, Milei não estaria diretamente envolvido, mas pessoas muito próximas sim.

Acusações e crimes investigados

O Ministério Público suspeita que os investigados exigiam 8% de propina sobre contratos de fornecimento de medicamentos. Do montante, 3% seriam destinados a Karina Milei e 1% à chamada ‘operação’, segundo os áudios.

A denúncia foi apresentada pelo advogado Gregorio Dalbón, representante da ex-presidente Cristina Kirchner, e inclui, além de Karina e Javier Milei, o funcionário da Secretaria-Geral Eduardo “Lule” Menem, Spagnuolo e Kovalivker.

As tipificações em análise são corrupção passiva, administração fraudulenta, associação ilícita e violação à Lei de Ética Pública.

Repercussão

Até o momento, a Casa Rosada não se pronunciou sobre a operação nem sobre as acusações que colocam o governo sob pressão.

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