Durante o ato realizado no domingo (6), na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa das falas inflamadas do pastor Silas Malafaia contra o comando militar. O líder religioso atacou duramente os generais de quatro estrelas, chamando-os de “cambada de frouxos, covardes e omissos” e acusando-os de não estarem à altura da farda que vestem.
Apesar do discurso agressivo, Malafaia negou qualquer apoio a uma ruptura institucional. Segundo ele, o objetivo seria apenas “marcar posição” frente ao cenário político do país.
:: "REALMENTE É REVOLTANTE"
No dia seguinte à manifestação, Bolsonaro comentou o episódio em entrevista à revista Oeste. Sem repetir as palavras exatas de Malafaia, o ex-presidente deixou claro que concorda com o conteúdo das críticas.
“Não vou repetir aqui porque sou capitão do Exército, né? Fiquei muito triste não com o Malafaia, mas com as verdades que ele falou. Realmente é revoltante a gente ouvir isso daí. Ele fala: ‘Ninguém quer dar um golpe nenhum, não, mas o que está acontecendo é isso’ e se dirigiu aí a algumas autoridades fardadas. Infelizmente, se você vê algo errado acontecendo com alguém do teu lado, se você tem poder de interferir, você interfere”, declarou o ex-mandatário.
:: DEFESA DE BRAGA NETTO E ATAQUE AO STF
Bolsonaro também aproveitou a ocasião para criticar o encarceramento de Walter Braga Netto, general da reserva que foi seu ministro e candidato a vice-presidente em 2022. Ao comentar o caso, ele apontou o que considera abuso de autoridade no Judiciário.
Sem mencionar diretamente o nome do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente fez alusão clara ao magistrado ao dizer que “há uma pessoa no Brasil que pega uma caneta e te bota na cadeia”.
:: REAÇÃO DE MOURÃO
As declarações de Malafaia, no entanto, não agradaram a todos no entorno bolsonarista. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva e ex-vice-presidente da República, repudiou veementemente as falas do pastor.
“O falastrão que assim o fez demonstrou toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria; a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias”, afirmou Mourão, em nota contundente.