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Bolsonaro nega relação com tarifa de Trump e diz não ter como negociar

Ex-presidente afirma que não tem contato com autoridades dos EUA e minimiza articulação de Eduardo Bolsonaro

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, fala com a imprensa enquanto deixa a sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, para ir para casa devido às medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 de julho. | Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer envolvimento com a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em entrevista concedida por videoconferência nesta segunda-feira (21), ao lado de seu advogado Paulo Cunha Bueno, Bolsonaro afirmou que não possui meios para intervir ou negociar com o governo norte-americano.

"Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira", disse o ex-presidente. Ao ser questionado se poderia agir para reverter a medida, respondeu: "Eu não tenho contato com autoridades americanas."

Trump cita julgamento no STF

Na semana passada, Donald Trump anunciou o aumento tarifário e mencionou Jair Bolsonaro, classificando o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal como "uma vergonha internacional". O gesto foi interpretado como uma sinalização política e causou repercussão entre empresários e autoridades brasileiras.

Eduardo fora da negociação

Bolsonaro também rejeitou a possibilidade de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atuar como interlocutor oficial junto aos Estados Unidos.

“Ele não pode falar em nome do governo do Brasil. O Eduardo não pode falar em nome do governo brasileiro”, afirmou.

A fala contrasta com declarações anteriores do próprio ex-presidente. Na última quarta-feira (16), Bolsonaro havia dito que Eduardo estava “à frente da negociação” após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reunir empresários e representantes do governo americano para discutir os impactos da medida.

Recado ao filho

Apesar de minimizar o papel de Eduardo, Bolsonaro afirmou que chegou a aconselhá-lo sobre cautela.

“Pedi para que ele segurasse, medisse as palavras”, disse.

Chamou o filho de “um cara responsável”, mas evitou responder se acha que ele deve retornar ao Brasil, a licença do deputado já se encerrou.

A declaração ocorre em um momento de forte mobilização política nos bastidores, com pressão de diversos setores econômicos diante dos impactos da nova política tarifária anunciada por Trump.

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