A defesa do ex-presidente Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que anule o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Os advogados alegam que o ex-ajudante de ordens teria violado o sigilo da colaboração ao comentar detalhes das tratativas em perfis nas redes sociais, conforme revelado por reportagens da revista Veja.
Réus
Mauro Cid e Bolsonaro são réus no STF por supostamente integrarem uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado para mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022. Eles respondem por crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e formação de milícia armada.
Investigação
A defesa de Mauro Cid nega que ele tenha utilizado os perfis citados nas reportagens e solicitou à Corte que o episódio seja investigado. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou na sexta-feira (14) que a empresa Meta preserve os dados de duas contas do Instagram apontadas como vinculadas a Cid. Moraes também pediu o envio dos dados cadastrais das contas, como e-mail, telefone e responsável.
Defesa de Bolsonaro
Para os advogados de Bolsonaro, o episódio indica quebra de confiança e desrespeito às regras da colaboração. “As mensagens expõem não só a falta de voluntariedade, mas especialmente a ausência de credibilidade da delação”, escreveram, ao reiterar pedido para que o acordo seja rescindido e todas as provas produzidas por Cid sejam invalidadas.
Para o STF
🔍 O entendimento do STF, no entanto, é que, mesmo em caso de descumprimento do acordo por parte do delator, as provas colhidas continuam válidas no processo — ainda que ele perca os benefícios da delação. (Com informações do G1)