Inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que, caso consiga retornar ao comando do país, permitirá a instalação de uma base militar dos Estados Unidos na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A afirmação foi feita à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Bolsonaro justificou a proposta como parte de um “acordo militar parrudo” com os EUA para combater a atuação de grupos terroristas na região. "Eu vou permitir que seja instalada uma base militar dos EUA ali", afirmou.
ROMPIMENTO COM O BRICS E A OMS
Além da parceria militar, Bolsonaro declarou que, caso volte à Presidência, o Brasil deixará tanto o Brics — bloco econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Eu, se for presidente de novo, saio do Brics [que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entre outros] e da OMS [Organização Mundial da Saúde]", afirmou.
A fala de Bolsonaro ocorre em meio a movimentos políticos semelhantes, como o do presidente argentino Javier Milei, que recentemente anunciou a saída da Argentina da OMS.
INELEGIBILIDADE E ESPERANÇA NA JUSTIÇA
Apesar das declarações sobre seu eventual retorno ao governo, Bolsonaro está atualmente impedido de concorrer nas eleições de 2026 devido à condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. No entanto, o ex-presidente aposta na reversão da decisão do TSE para viabilizar uma nova candidatura.
DECISÃO DO TSE
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu por 5 votos a 2 tornar Bolsonaro inelegível em junho de 2023. A ação foi movida pelo Partido Democrata Trabalhista (PDT), que contestou uma reunião do ex-presidente com embaixadores no dia 18 de julho de 2022, quando ele ainda era pré-candidato à reeleição.
Durante o encontro, Bolsonaro fez declarações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e atacou a Justiça Eleitoral. A reunião foi transmitida pela TV Brasil e repercutiu amplamente nas redes sociais. Para o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, o ato representou abuso de poder político e uso inadequado dos meios de comunicação públicos para fins eleitorais, prejudicando a igualdade na disputa presidencial de 2022.