O ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A decisão foi tomada porque, segundo a Polícia Federal, havia risco de fuga e sinais de que Bolsonaro tentou mexer na tornozeleira eletrônica.
Como tudo aconteceu
Logo cedo, por volta das 6h, agentes da PF chegaram ao condomínio onde Bolsonaro mora. A região foi fechada para que o mandado fosse cumprido.
Moraes baseou sua decisão em fatos registrados desde a tarde de sexta-feira (21). Às 17h, o senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, chamou apoiadores para uma vigília perto da casa do pai, marcada para a noite seguinte.
Às 23h, a PF pediu ao STF a prisão preventiva. Os investigadores afirmaram que a movimentação de pessoas ao redor da casa poderia facilitar uma possível fuga de Bolsonaro.
Depois desse pedido, Moraes enviou o caso para a Procuradoria-Geral da República analisar.
Pouco depois da meia-noite, o alarme da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro disparou no sistema de monitoramento do Distrito Federal. O órgão responsável tentou contato imediato com ele e enviou uma equipe até a casa. A diretora-adjunta do centro de monitoramento relatou que a tornozeleira apresentava danos visíveis.
Às 1h09, agentes foram até o local e trocaram o equipamento. Por volta de 1h25, o procurador-geral Paulo Gonet respondeu ao STF dizendo que não se opunha ao pedido de prisão. Às 2h30, Moraes decretou a prisão.
Pouco depois das 6h15, um comboio com vários veículos deixou o condomínio levando Bolsonaro. A viagem até a sede da PF durou cerca de 20 minutos. Já no local, ele passou por exame de corpo de delito e recebeu a visita de advogados. Por volta das 8h, agentes levaram seus medicamentos.
SOLICITAÇÕES
Enquanto Bolsonaro estiver detido na Superintendência, a defesa pode pedir ao Supremo permissão para que ele receba objetos pessoais, eletrônicos e livros. Moraes autorizou visitas livres apenas de advogados e médicos; as demais precisam do aval dele.
Na tarde de sexta-feira, antes de ser preso, Bolsonaro chegou a acenar para moradores e recebeu a visita do deputado Nikolas Ferreira. Eles conversaram na área externa da casa. O deputado usava celular, o que não é permitido pelas regras impostas por Moraes na decisão de prisão domiciliar.